Onde estão os caneteiros "puristas"?

É um abstract, com certeza, mas completo na informação que interessa. Trata-se de um estudo estatístico, cujo método consistiu na contagem do número de hits na bola, em 2 edições consecutivas do mesmo campeonato, uma edição com bola de 38 mm e outra com bola de 40 mm. A conclusão é clara e dispensa explicações.

Pois é, estatítica nao é matemática.
E conforme postei, o material usado (o que mais interfere na análise qualitativa) foi desprezado, o que comprova o que disse.

Estatística é um ramo da matemática, sim, meu senhor. Se baseia em probabilidades, análise combinatória, distribuições, etc.

No que diz respeito ao material, tratou-se de uma amostragem do que existe no mundo normal, uma vez que o estudo foi realizado no âmbito de um campeonato normal.

Se vc leu o abstract , a única ressalva a ser feita é que os jogos de defensivos não foram levados em conta. O que restringe o grupo amostrado a jogadores de borrachas invertidas coladas. A qualidade do grupo está portanto específicada.

Me desculpe, mas não é.
Assim como psicologia não tem nada a ver com psiquiatria.
Vc pode “classificar” estatítica como sendo “matéria de exatas”, mas não como matemática.
Mas se vc assim o aceita, não será por isso que vamos discutir.
Sobre Abstract, eu mesmo tenho 3 publicados, mas tb não será por isso que vamos discutir.
Aceito sua opinião, mas discordo pelos fatos que citei.
A análise qualitativa, está muito prejudicada, nos dias de hoje diria até “muito mal fundamentada”.
Abraços

Será que vc podia explicar o que vc entende por análise qualitativa?

Quanto à questão de estatística ser ou não um ramo da matemática, dei um olhadinha rapidinha no estado-da-arte desta discussão, e pude ver que se trata realmente de um debate cheio de controvérsia. Os que defendem que estatística seja uma ciência por si parecem ser aqueles que são extremamente especializados, e estão ligados a departamentos de estatística “pura”. Do (pouco) que eu li, nada me convenceu de que a estatísitca não seja um ramo da matemática aplicada.

[quote=“Mitidieri”:1ynswzvh]Quanto à questão de estatística ser ou não um ramo da matemática, Os que defendem que estatística seja uma ciência por si parecem ser aqueles que são extremamente especializados, Do que eu li, nada me convenceu de que a estatísitca não seja um ramo da matemática aplicada.[/quote]’
É muito simples.
Existe espeficicamente a profissão de estatítico (curso graduado) e de matemático (curso graduado).
Diferentemente de outras profissões, como por exemplo dermatologista, onde a graduação é em medicina, com especialização em dermato.
Aqui no Brasil, é a mesma situação dos dentistas, que em outros países, vc se formaria em Medicina, para depois se especializar em odonto, ou seja, cursos (aqui no Brasil) em separado.
É uma questão que chamamos de fundamentalista.
Só para descontrair, seria mais ou menos como chamar os “caneteiros” (Pen Holder) de lapiseiros (Pencil Holder)…

Bom, deixando de lado o sexo dos anjos, a questão é: os rallies ficaram mais longos ou mais curtos com a bola de 40 mm?

Eu, prá dizer a verdade, não tenho certeza nem de uma coisa nem de outra até agora.

De um lado, as avaliações pessoais de vários participantes do fórum.

O único estudo estatístico que eu achei sobre o assunto, eu postei aqui. A crítica que eu faço a este estudo é de que (1) o universo amostrado ainda é muito pequeno e (2) restrito a um certo grupo específico de jogadores (no caso, de japoneses), para permitir alguma conclusão definitiva. De qq forma, esta é a única avaliação metódica à mão, e a única que eu consideraria pra concluir provisioriamente sobre alguma tendência.

O único caminho pra provar alguma coisa é aplicar metodologias estatísticas a um universo maior de amostragem. O resto é opinião.

[quote=“Doc_SP”:272jg5c4]É muito simples.
Existe espeficicamente a profissão de estatítico (curso graduado) e de matemático (curso graduado).
Diferentemente de outras profissões, como por exemplo dermatologista, onde a graduação é em medicina, com especialização em dermato.
Aqui no Brasil, é a mesma situação dos dentistas, que em outros países, vc se formaria em Medicina, para depois se especializar em odonto, ou seja, cursos (aqui no Brasil) em separado.
É uma questão que chamamos de fundamentalista.
Só para descontrair, seria mais ou menos como chamar os “caneteiros” (Pen Holder) de lapiseiros (Pencil Holder)…[/quote]

Alles Klar, Doc.

Alguém aqui é penholder? Eu não sou, tenho certeza absoluta disso e nem me perguntem porque.
Sou classineta, esta aberração surgida nos anos 90.

Ih Nakata, vc tem razão, o assunto aqui era outro.

Bom Senhores;

Sou caneteiro puro, conhoto, joguei entre 88 e 95, dei uma parada e voltei a jogar em 2005.
Nunca fui um excelente jogador, mais a nível de região dentro de meu estado - MG cheguei a ser um dos melhores, apesar das limitações, e digo que:

1º - Nos anos 90 eu sacava e fechava um ponto na terceira bola muito mais fácil que hoje, apesar de hoje ter um material muito melhor que naquela época e adversários mais fracos que naquela época.

2º - O saque hoje com certeza é mais fácil de se colocar na mesa, nem tanto pelo tamanho da bola, mas pelo simples fato de se poder ver o efeito que se coloca na bola, coisa antes quase impossível com o saque escondido.

3º - Naquela época, com aproximadamente 20 anos peso ideal, eu conseguia cobrir toda a mesa numa boa só de forehand, além de ter um bloqueio muito bom, o que hoje não tenho mais graças aos 20 kg adquiridos no tempo e agora estou precisando de treinar o backhand para atacar, pois não chego mais nas bolas como antes. (acredito que o problema maior seja o peso a mais, mas com certeza a velocidade do jogo é maior).

Concluindo: Acredito que realmente os caneteiros estão passando maiores dificuldades hoje que com as regras antigas, mas tenho a esperança de que com o fim da cola rápida e a provável diminuição da velocidade de jogo poderemos ter novamente caneteiros puristas no Top mundial, mesmo que demore um pouco.

Abraços cordiais

Apenas p/ “colocar mais lenha na fogueira” , aqui vão uns números interessantes :

32 Campeãoes Mundias (alguns repetidos) eram/são clássicos.

17 Campeões Mundias (alguns repetidos) eram/são canetas (inclui-se aqui o Liu Guoliang)

Pelos números nem parece que sempre foram pouquíssimos jogadores caneteiros.

Já os campeões olímpicos ( 2 clássicos e 3 caneteiros ) dão uma imagem mais distorcida da realidade…

Então se considerar pela quantidade de atletas x quantidade de títulos, poder-se-ia dizer que os caneteiros sao mais eficientes… veja como a estatística às vezes nos prega algumas peças…

Mitidieri e Doc_SP:
Quanto à pesquisa, eu particularmente prefiro avaliar o estudo na íntegra para identificar em detalhes a metodologia, etc. De qualquer forma, eu acho muito válido ter acesso a este tipo de estudo, já que o nosso esporte tem tanto campo para pesquisa devido à sua complexidade. Por isso, muito obrigado Mitidieri!!! Aliás, eu tb tenho muitos artigos científicos aqui comigo (PDF’s), e se interessar eu posso passar para vcs.
No mais, estudos estatísticos no tênis de mesa devem ser avaliados com bastante cuidado, considerando as infinitas variáveis técnicas e até mesmo regionais. Mas isso não invalida o estudo , assim como não o consagra como “verdade absoluta”. Acho melhor discutirmos isso por e-mail ou MP. Será um prazer para mim!

Mas antes que eu seja “podado” por estar desviando o tópico (com toda razão, confesso), voltemos ao assunto.

Eu não tenho a tarimba de experiência e técnica que vcs tem, mas tb tenho algumas observações sobre o estilo caneteiro “japonês” ao longo do tempo.
É inegável a redução de atletas do estilo de uns anos para cá, pelas tendências que o pessoal está falando aqui e concordo plenamente. Não há footwork que aguente jogar aberto para o forehand no tênis de mesa atual. Acho que só um esquilo consegue essa proeza (não teve graça né?). Eu vejo isso assistindo aos jogos do Ryu Seung Min. Me dá até dó do pobre coitado, o pessoal está fazendo ele dançar. Mas mesmo assim, ele é o cara que me dá mais satisfação em ver jogar, por isso costumo torcer por ele (só uma observação pessoal).
Mesmo com todas essas debilidades, eu não acredito que o estilo vá acabar, até pq isso costuma ser impulsionado (em partes) por resultados. É a mesma que as torcidas de futebol, quando os times estão em boa fase, uma certa faixa de idade passa a torcer por este time. Então se os caneteiros tiverem uma boa fase em breve, vão aparecer mais no máximo a médio prazo. Na minha opinião, o desempenho do Wang Hao é responsável pelo aumento de classinetas, por exemplo. Obviamente eu posso estar errado, pq não estou embasado cientificamente, tratam-se de observações pessoais. Se alguém se interessar, eu posso argumentar a origem dessas conclusões. Mas teria que entrar em outros aspectos e fora do objetivo do tópico.

Resumindo: acho que a tendência é que o quadro se mantenha, sendo que não acho possível que o estilo acabe. O que pode acontecer é um boom impulsionado por bons resultados.

Abraços!!!

[quote=“Doc_SP”:12lr7vs2]Apenas p/ “colocar mais lenha na fogueira” , aqui vão uns números interessantes :

32 Campeãoes Mundias (alguns repetidos) eram/são clássicos.

17 Campeões Mundias (alguns repetidos) eram/são canetas (inclui-se aqui o Liu Guoliang)

Pelos números nem parece que sempre foram pouquíssimos jogadores caneteiros.

Já os campeões olímpicos ( 2 clássicos e 3 caneteiros ) dão uma imagem mais distorcida da realidade…

Então se considerar pela quantidade de atletas x quantidade de títulos, poder-se-ia dizer que os caneteiros sao mais eficientes… veja como a estatística às vezes nos prega algumas peças…[/quote]
Isso já foi colocado com muita propriedade em outro tópico e considero evidência mais que suficiente de que o estilo caneta é mais eficiente. Não é nenhuma peça da estatística. Suponhamos que os milhões de classistas da China (a maioria dos 60 milhões, sem falar dos de toda a Europa) fossem caneteiros e vice-versa, ou seja os minguados caneteiros do Brasil e resto do mundo fossem classistas. Será que teríamos pelo menos um classista entre os top 20?
A estatística não pode falhar em números tão grandes. A lei diz que o conjunto numericamente dominante apresentará os elementos de destaque em quantidade diretamente proporcional aos do conjunto inferior, se não levadas em consideração outras condições (no caso a eficiência do estilo utilizado no conjunto numericamente inferior).

Ai ai ai, vai dar muito o que falar…

Ai ai ai, vai dar muito o que falar…[/quote]
8) …rs.