O segredo dos Chineses

Olha esse texto. traduzido (adaptado) do site:
http://www.usatt.org/magazine/05july-aug/secrets_chinese_tt.shtml

O segredo dos Chineses
…e o que o resto do mundo precisa saber para detê-los

Por Larry Hodges e Cheng Yinghua

No ultimo mundial os chineses ganharam todos os 5 titulos: individual e duplas masculina e feminino e duplas mistas. Com excessão das duplas masculinas, nas outras finais só haviam chineses. No entanto, alguns pontos fracos dos chineses foram apresentados, especialmente no lado masculino.

Michael Maze da Dinamarca após perder 3 sets e estar perdendo de 7x3 no querto set contra Hao Shuai, virou e venceu o jogo. Antes, ele já tinha ganho facilmente por 4x0 do Wang Hao. O tcheco Petr Korbel vencia o Ma Lin por 7x3 no sétimo set, mas acabou perdendo por 11x9. Wang Liqin venceu o Lin Ching de Hong Kong num duelo de 7 sets. Moon Hyun Jung da Coréia derrotou Wang Nam que havia vencido os ultimos 3 mundiais.

Porém, o que se viu foi uma demonstração total da supremacia chinesa.

Então, qual o segredo dos chineses? e o que o resto do mundo pode fazer para enfrentá-los?

A Seleção Chinesa

A Seleção chinesa é a melhor preparada de todo o mundo. O principal centro de treinamento fica em Beijing. A equipe é composta de 96 jogadores. 24 homens, 24 mulheres, 24 garotos e 24 garotas.

Os jogadores são testados muito cedo, geralmente viajando para disputar torneios na europa ou em outros paises, para ver como eles se comportam internacionalmente. Assim os chineses jugam se o jogador tem potencial para se tornar uma estrela.

A enorme vantagem dos chineses vem da sua disponibilidade de atletas. Se um jogador da Seleção não está treinando duro, ou não está tendo um bom desempenho internacional, ou tem falhas que impedem seu desenvolvimento, existe sempre outro jogador de grande potencial “com fome de bola”, esperando a sua vez na Seleção.

Convocação da Seleção Chinesa

Em muitos paises a Seleção é escolhida através de seletivas. Essa pode ser a maneira mais justa de escolher uma equipe, mas não é a melhor maneira de desenvolver uma equipe forte. Segundo Cheng, em muitos paises, 90% do financiamento dos treinos e da equipe vem de jogadores que não têm nenhuma possibilidade de ganhar medalhas.

Este é o principal problemas das seletivas. Contudo os jogadores que disputam as seletivas geralmente não são aqueles que têm potencial para ganhar medalhas. O grande problema é o financeiro. Muitos jogadores não tem bancar seus treinamentos e viagens.

A seletiva é a maneira mais justa de se escolher uma equipe? sim.
É a melhor material de escolher uma equipe com potencial para ganhar medalhas? provavelmente não.
A menos que o jogador seja um top player, os chineses não convocam ninguém com mais de 22 anos.
Uma opção é ter uma seleção de jovens com menos de 22 anos que treine junto com a seleção principal. E muitos paises isso já existe. Mas o foco deveria ser o treinamento desses jogadores, junto com os mais experientes, afim de desafiar os melhores jogadores do mundo.

O Treinamento

O Treinamento chinês é longo e pesado. Geralmente treinam 7 horas por dia, com treinos na mesa e treinos físicos fora da mesa. De manhã, normalmente fazem treinos físicos e treinamento de saques. Eles treinam 6 dias por semana, pela manhã e pela tarde. O treinamento inclui a prática regular com um parceiro e o lançamento de bolas com o treinador. Alguns jogadores fazem treinos extras com partidas a noite ou nos dias em que não há treinamento da equipe. Os jogadores da Seleção tem 12 dias de férias por ano. Também descansam nos dias depois dos torneios, que geralmente são os dias da viagem de volta.

Eles priorizam os treinos de novembro a abril, e treinamentos antes das principais competições que ocorram durante o ano. Quando Cheng era da Seleção Chinesa, isso era melhor defenido. Mas agora com vários torneios da ITTF e Ligas, há mais competições durante o ano todo.

Galera postem seus comentários… o texto é enorme, se vcs estiverem gostando eu continuo a tradução do resto do texto.

opa continua plz

[quote=“jadsonalmeida”:3qsnhqim]Olha esse texto. traduzido (adaptado) do site:
http://www.usatt.org/magazine/05july-aug/secrets_chinese_tt.shtml

O segredo dos Chineses
…e o que o resto do mundo precisa saber para detê-los

Por Larry Hodges e Cheng Yinghua

No ultimo mundial os chineses ganharam todos os 5 titulos: individual e duplas masculina e feminino e duplas mistas. Com excessão das duplas masculinas, nas outras finais só haviam chineses. No entanto, alguns pontos fracos dos chineses foram apresentados, especialmente no lado masculino.

Michael Maze da Dinamarca após perder 3 sets e estar perdendo de 7x3 no querto set contra Hao Shuai, virou e venceu o jogo. Antes, ele já tinha ganho facilmente por 4x0 do Wang Hao. O tcheco Petr Korbel vencia o Ma Lin por 7x3 no sétimo set, mas acabou perdendo por 11x9. Wang Liqin venceu o Lin Ching de Hong Kong num duelo de 7 sets. Moon Hyun Jung da Coréia derrotou Wang Nam que havia vencido os ultimos 3 mundiais.

Porém, o que se viu foi uma demonstração total da supremacia chinesa.

Então, qual o segredo dos chineses? e o que o resto do mundo pode fazer para enfrentá-los?

A Seleção Chinesa

A Seleção chinesa é a melhor preparada de todo o mundo. O principal centro de treinamento fica em Beijing. A equipe é composta de 96 jogadores. 24 homens, 24 mulheres, 24 garotos e 24 garotas.

Os jogadores são testados muito cedo, geralmente viajando para disputar torneios na europa ou em outros paises, para ver como eles se comportam internacionalmente. Assim os chineses jugam se o jogador tem potencial para se tornar uma estrela.

A enorme vantagem dos chineses vem da sua disponibilidade de atletas. Se um jogador da Seleção não está treinando duro, ou não está tendo um bom desempenho internacional, ou tem falhas que impedem seu desenvolvimento, existe sempre outro jogador de grande potencial “com fome de bola”, esperando a sua vez na Seleção.

Convocação da Seleção Chinesa

Em muitos paises a Seleção é escolhida através de seletivas. Essa pode ser a maneira mais justa de escolher uma equipe, mas não é a melhor maneira de desenvolver uma equipe forte. Segundo Cheng, em muitos paises, 90% do financiamento dos treinos e da equipe vem de jogadores que não têm nenhuma possibilidade de ganhar medalhas.

Este é o principal problemas das seletivas. Contudo os jogadores que disputam as seletivas geralmente não são aqueles que têm potencial para ganhar medalhas. O grande problema é o financeiro. Muitos jogadores não tem bancar seus treinamentos e viagens.

A seletiva é a maneira mais justa de se escolher uma equipe? sim.
É a melhor material de escolher uma equipe com potencial para ganhar medalhas? provavelmente não.
A menos que o jogador seja um top player, os chineses não convocam ninguém com mais de 22 anos.
Uma opção é ter uma seleção de jovens com menos de 22 anos que treine junto com a seleção principal. E muitos paises isso já existe. Mas o foco deveria ser o treinamento desses jogadores, junto com os mais experientes, afim de desafiar os melhores jogadores do mundo.

O Treinamento

O Treinamento chinês é longo e pesado. Geralmente treinam 7 horas por dia, com treinos na mesa e treinos físicos fora da mesa. De manhã, normalmente fazem treinos físicos e treinamento de saques. Eles treinam 6 dias por semana, pela manhã e pela tarde. O treinamento inclui a prática regular com um parceiro e o lançamento de bolas com o treinador. Alguns jogadores fazem treinos extras com partidas a noite ou nos dias em que não há treinamento da equipe. Os jogadores da Seleção tem 12 dias de férias por ano. Também descansam nos dias depois dos torneios, que geralmente são os dias da viagem de volta.

Eles priorizam os treinos de novembro a abril, e treinamentos antes das principais competições que ocorram durante o ano. Quando Cheng era da Seleção Chinesa, isso era melhor defenido. Mas agora com vários torneios da ITTF e Ligas, há mais competições durante o ano todo.

Galera postem seus comentários… o texto é enorme, se vcs estiverem gostando eu continuo a tradução do resto do texto.[/quote]

O Jadson, continua sim cara, tá 10 essa tradução, juntamente com as informações.

Valew.
Abração.

Muito bom e obrigado pela tradução.
Continua plz.
Tarcisio

Continuação da tradução:

Olha o texto acima para ver o início…

Parceiros de treino especializados

Uma enorme vantagem que a China tem sobre o resto do mundo são os “parceiros de treino” (ou sparing). Geralmente, na maioria dos paises, os jogadores da Seleção treinam juntos. Entretanto na China, muitos treinos são realizados com “parceiros profissionais”. Ao invés dos jogadores treinarem alternamente, todo o treino prioriza um jogador (isto é bastante útil para as mulheres, pois praticam contra homens que geralmente são mais fortes que elas).

O mais interessante é que os “parceiros de treino” imitam o estilo dos adversários daquele determinado jogador que está sendo treinado. A seleção chinesa tem “parceiros de treino (sparing)” que desenvolveram seu jogo imitando os melhores jogadores estrangeiros - como Schlager, Samsonov, Kreanga, Waldner, Saive, Chuan, Ryu e o Oh; entre as mulheres existem “imitadoras” de Boros, Tie Yana, Li Jia Wei, Liu Jia, Kim Kyung Ah, e Pavlovich. Esses “parceiros de treino” estudam videos dos jogadores que querem copiar e dão dicas para os jogadores que treinam com eles qual a melhor forma de enfrentar os jogadores imitados.

Duan Xiang, membro do comitê técnico da Associação Chinesa de Tênis de Mesa, diz o seguinte: “- nós temos muitos Samsonovs e Wadners chineses. Nossos atletas os enfrentam todo dia e isto faz com que o combate real seja cada vez mais fácil”.

Durante muito tempo que esteve na seleção chinesa, Cheng foi um “parceiro de treino (sparing)”. Durante vários anos, diziam para ele imitar Tibor Klampar da Hungria. Quando Kamplar se aposentou, falaram que imitasse Jan-Ove Waldner. Cheng viajava para a Europa para observar “ao vivo” esses jogadores em torneios e dava dicas aos jogadores chineses de como enfrentá-los e de como ser mais eficiente. Aqueles que hj em dia observarem Cheng jogando, podem ver uma mistura de Kamplar e Waldner em seu jogo.

O chinês Jiang Jialiang, caneteiro pino, havia ganho o mundial de 1985. Como o mundial de 1987 se aproximava e um provável adversário seria Waldner, ele treinou muito tempo com Cheng, que imitava Waldner sacando, recepcionando, dando loops e drives de forehand, etc. Próximo ao mundial, eles faziam muitas partidas juntos e o perdedor pagava apoio (flexão de braço). Cheng vencia partida após partida e enquanto Jialiang fazia as flexões de braço, Cheng lhe perguntava: “- como vc quer vencer o mundial se não consegue ganhar de mim?”. A preparação continuou e no mundial, Jialiang pode usar o “jogo do Waldner” que havia treinando, ganhando assim o mundial de 1987.

Talvez se o Maze tivesse treinado com jogadores que imitassem os chineses, ele não perderia 3 sets do Hao Shuai e jogaria bem melhor contra o Ma Lin?
Talvez ele deveria ter feito no fim do jogo contra Ma Lin, o mesmo que fez no fim do jogo contra Hao Shuai?
Da mesma forma, os jogadores do resto do mundo não sairiam melhor em suas partidas se treinassem com “parceiros de treino” que imitassem os chineses?

Treino de dois contra um

Um problema comum para os melhores jogadores do mundo é encontrar um parceiro bastante forte para treinar. Quando era novo Waldner uma vez perguntou ao seu técnico: “- quando eu vou treinar com alguém mais forte?”

A China tem uma diversidade de atletas, mas os mais fortes sempre serão os mais fortes em qualquer lugar do mundo. Já que são os melhores do mundo, Wang Liqin e Ma Lin não podem treinar com alguém mais forte do que eles mesmos. Ou podem?

A China encontrou uma forma de fazer isso. Cheng hesitou bastante em nos contar sobre isso, pois este método de treinamento era um segredo chinês, até este dia. Normalmente este método só é usado em sessões de treino fechadas antes dos principais torneios. Cheng nos disse que se “alguém de fora” soubesse dessa técnica, os chineses estariam em problemas.

A técnica consiste em dois “parceiros de treino (sparing)” contra um jogador. Este é um luxo que a maioria dos paises não pode ter, mas a China pode. Dois “parceiros de treino são selecionados”, um com o forehand forte e outro com o backhand forte (mas com um bom forehand tb) e eles aprendem a jogar juntos como se fossem um só. Juntos, eles enfrentam os melhores jogadores chineses. Com um jogador devovendo somente bolas no forehand e o outro devolvendo as bolas que vão do lado do backhand (mas podendo usar o forehand tb como os jogadores fortes fazem). Desta forma, se tornam um “jogador” mais forte que o Wang Liqin. Assim os melhores jogadores chineses empurrados para o seu limite, treinando contra esses “fortes jogadores”.

Galera ainda tem muita coisa pra traduzir. O texto é sensacional. Vão dizendo o que estão achando dele. Depois eu traduzo mais (se quiserem).

:smiley: Mais é claro que sim, Jadson, manda vê, nem precisa perguntar…hehe :wink:

Abraços,

Bob

Cara. Texto show de bola mesmo!
Esse treino , dois contra um, imagina o nível desses dois atletas, de forehand e backhand forte.

Pena que só a China por enquanto tem o privilégio de ter “cópias” dos grandes campeões não-chineses.
Ou seja, além dos atletas chineses jogarem o melhor, sabem como fazer os adversários jogarem o seu pior.

Se bem que, é muito dificil perceber defeitos a serem explorados em atletas de alto nível. Claro que eles tem defeitos, mas uma coisa é saber o defeito, outra coisa é botar o defeito do cara pra atrapalhar o jogo dele.

Pois se eu fosse o TIMO BOLL eu chamaria o KREANGA e o RYU SEUNG MIN pra fazer isso comigo. Sendo que os três são patrocinados pela mesma empresa (BUTTERFLY) poderia até ser possível.

O texto eh interessantissimo, quando chegar em casa a noite escrevo mais. Agora soh vou comentar um detalhe q me saltou aos olhos.

Na primeira parte do texto falam da renovacao constante e de não convocar ninguem com mais de 22 anos. Isto funciona bem na china q tem MUITOS atletas, mas isto não deu certo no brasil pq não ha atletas suficientes. Ainda bem q ja aboliram a regra dos 25 anos.

Nesse texto fiquei satisfeito por perceber o quanto os Chineses almejam vencer, somente 12 dias de férias ao ano, 7 horas de treinamento ao dia podendo se prolongar…

Sou um fâ incondicional do TN Chinês, sempre torço por eles e não é átoa, eles merecem, tem talento, treinam duro e colhem os frutos de um trabalho bem feito.

Continua aí Jadson, para o bem de nós todos.

A propósito. Eu tenho certeza que o sparring da China seria campeão em diversos países afora.

Parte 3 da tradução.

Galera que entrou agora nesse post, olhe as outras mensagens postadas pra entender tudo.

continuação…

Treinamento mental e tático

Toda equipe chinesa se encontra com psicólogos pelo menos uma vez por semana (em outros paises isso tb ocorre). Um aspecto que provavelmente seja diferente é que nessas sessões são tratados aspectos de psicologia comum e esquemas táticos. Há um link entre o treinamento mental apropriado para executar a estratégia apropriada sobre pressão.

A seleção chinesa tem uma equipe de suporte técnico que desenvolve suas estrategias. Segundo Zhou Zuyi do Diário de Shangai (7 de maio de 2005): “Internamente o crédito é da equipe de fundo que se dedica a analisar os jogos dos oponentes e desenvolver novas técnicas e estratégias. Os técnicos trabalham um jogo padrão para cada principal jogador estrangeiro, que por sua vez é seguido pelos “parceiros de treino (sparing)” cuja a única função é imitar o jogo das estrelas do tênis de mesa mundial.”

O desenvolvimento de um jogador chinês

As crianças chinesas começam a praticar esportes muito cedo. Aquelas que se desempenham melhor são colocadas em escolas de esporte especiais. Cheng iniciou com 5 anos, foi avaliada a sua habilidade com raquetes, então foi enviado a uma escola de esportes especial. De 5 a 12 anos, foi treinado no Tênis de Mesa e no Badminton. Com 12 anos, ele treinava Tênis de Mesa em horário integral, deixando a escola e focalizando apenas o esporte. A maioria dos melhores atletas chineses tem histórias similares.

Outros vêm de escolas normais. Cada escola na China tem uma equipe de Tênis de Mesa que treina regularmente. Em um país de 1,3 bilhões de estudantes, existem milhares equipes! De acordo com o Diário de Shangai (7 de maio de 2005): “10 milhões de jogadores treinam regularmente. Eles são jogadores que disputam com os jogadores de alto nível e não são ‘jogadores de garagem’ como os que praticam nos EUA e na maioria dos países.”

A técnica Chinesa

Alguns dizem que a China se destaca no Tênis de MEsa apenas pela quantidade de atletas. Há um grau de verdade nisso. No entanto, como foi demonstrado pelos europeus (em especial pelos Suecos na sua ascenção na década de 90 e o declínio dos chineses), a quantidade de atletas não pode superar uma técnica de qualidade fraca. No final dos anos 80 e início da década de 90, a China demorou a se ajustar à mudança técnica, permanecendo com jogadores de estilo de jogo com pinos, enquanto o resto do mundo se aprimorava no uso de borrachas lisas, principalmente no estilo classista. A China aprendeu com essa experiência e hoje em dia lidera o mundo em muitos estilos. Wang Liqin foi recentemente em 2005 re-coroado campeão do mundo (pois havia ganho em 2001 tb). No feminino, Zhang Yining ganhou seu primeiro mundial, sucedendo Wang Nam que havia ganho os ultimos 3 mundiais. Estes 3 atletas são jogadores classistas que utilizam loops e são provavelmente os atletas mais imitados em todo o mundo.

O que acontece na China é que os jogadores com melhor técnica, talento, habilidades mentais e físicas tendem a subir ao topo. Aonde antigamente alguns desses jogadores eram mantidos na reserva por não jogarem o “estilo correto” (Como muitos classistas relegados a serem sparings porque copiavam o estilo europeu, como Cheng), agora eles são membros regulares da equipe chinesa. Pela existencia de muitos atletas na China, quem quer se destacar tem de treinar muito. Portanto, há uma tendência que os chineses sejam jogadores mais técnicos.

Novas técnicas surgem regularmente. Provavelmente a mais visível é o estilo classineta, bem exemplificada no Wang Hao (vice olimpico em 2004) e em Ma Lin (vice mundial em 2005). Historicamente, os jogadores caneteiros usam o mesmo lado da raquete para os golpes de fore e backhand. Nos anos 90, alguns caneteiros chineses começaram a usar os golpes de backhand, o mais conhecido é Liu Guoliang (campeão olimpico em 96 e mundial em 99), que usava este golpe como uma variação. Ma Lin elevou este golpe a um nivel mais elevado, usando-o como um golpe básico. Wang Hao elevou a um nível mais elevado ainda, usando-o com um golpe básico de backhand.

Enquanto os europeus foram os pioneiros no looping de backhand, os chineses tem desenvolvido o looping de backhand sobre a mesa, elevando-o a um grau mais alto. Europeus como o Kamplar desenvolveram essa técnica nos anos 70, porém poucos outros jogadores acompanharam este desenvolvimento. A China fez isso. Atualmente os jogadores chineses Wang Liqin, Kong Linghui e Zhang Yining estão entre os melhores do mundo neste golpe (junto com Werner Schlager da Áustria e Oh Sang Eun da Coréia).

Acima de tudo, os chineses dominam as técnicas de saque e recepção. Outros paises pararam de desenvolver técnicas de saque, porém consideram Ma Lin o melhor sacador da atualidade e anteriormente consideravam o Liu Guoliang como o melhor sacador – ambos jogadores chineses. Mas é a recepção de saque que os chineses dominam realmente. Enquanto os outros paises treinam a recepção para neutralizar o saque do adversário, a recepção dos chineses faz com que o oponente fique na defesa e eles tomem a iniciativa. Ma Lin é provavelmente o melhor nesta técnica, deixando os seus adversários impedidos de atacar com suas devoluções. Porém todos os jogadores chineses gastam muitas horas treinando a recepção e assim têm poucos problemas para recepcionar saques. Fora da China, Waldner é provavelmente o único que consegue recepcionar no mesmo nível dos chineses.

Há um outro “segredo” chinês, que na verdade não pode ser considerado um segredo: eles têm as melhores bases. Eles gastam um tempo enorme treinando as técnicas básicas, chegando a eficiência quase semelhante a uma máquina. Raramente você verá um chinês errar um golpe fácil. Cheng disse que venceu o Campeonato Americano em 2004, aos 46 anos, simplesmente porque muitos de seus oponentes não tinham boa técnica básica. (É claro, que isto é relativo pois as bases dos jogadores de alto nível são consideravelmente mais avançadas para a maioria de todos nós).

Pessoal, o texto é incrivel, ainda tem umas duas partes para traduzir. Eu estou adorando e vocês?

Bom pa vc ter ideia fiz quest~çao de salvar o texto inteiro no meu pc pra nunca perdê-lo. Tem coisa mto util aíno meio, não da pra aproveitar tudo de uma vez…

Kra meus parabens, por vc ter compartilhado isso com o pessoal do forum, deve ter dado trabalho, traduzir e digitar tudo isso. Obrigado mesmo kra, vou fazer como o mola vou salvar esse texto no PC tbm. Abraços!

jadsonalmeida,

Excelente este texto, espero ancionso pelas partes finais!!!
Também estou o salvando no pc.

Pra quem quer ver o Cheng jogando nesta final de 2004 acesse o link abaixo e baixe os videos (eu particularmente achei o jogo dele mais parecido com o do Kamplar do que com o do Waldner).

quartas de final:

http://tt.mainstreet.net/ttoutpost/Cheng_Yinghua_vs_Eric_Owens.htm
final:
http://members.cox.net/ttoutpost/Adam_Hugh_vs_Cheng_Yinghua.shtml
O Cheng é o de camisa cinza no video

Galera, pode aguardar que estou traduzindo o resto.

Olhe ai, mais uma parte da tradução. Acho que ainda teria de colocar mais uma duas partes, pois o texto é grande.

Desafiando os chineses: um desafio formidável

O resultado de todo esse treinamento é que os chineses tendem a ter maior aptidão (junto com os coreanos), melhores bases, melhores saques e recepção. E freqüentemente são os que possuem as melhores técnicas e estratégias. E também possuem sempre um jogador pronto a entrar no time se outro tiver problemas. Como pode o resto do mundo desafiá-los?

Existem praticamente dois caminhos para resolver este problema. O primeiro é usar toda seu potencial nos confrontos contra os chineses. O segundo caminho é desenvolver outros potenciais.

Seleção Nacional

Outros paises não tem a diversidade de atletas que os chineses possuem. Entretanto, podem expandir suas seleções para incluir mais atletas, principalmente atletas mais jovens, jogadores em desenvolvimento. Um caminho para isso é permitir que os técnicos convoquem jogadores que são futuras promessas para se juntar à equipe. No entanto, isso só fará sentido se toda equipe treinar junto regularmente.

Convocação da Seleção Nacional

Isto é muito problemático, porém não significa que seja não seja possível mudar da forma atual (seletivas) para a forma com a qual os técnicos chineses selecionam os seus atletas. No entanto, é possível para certos países impor o limite de idade de entrada na seleção, já que estes países não tem atletas entre os melhores do mundo (alguns possuem apenas dois atletas de grande destaque). Também é possível ter Seleções Juvenis ou infantis, com esses atletas treinando contra sparings ou contra atletas da seleção principal. Isto, no entanto, pode encontrar uma grande resistência e infelizmente não ser praticável.

Treinamento

Os chineses treinam praticamente o ano inteiro juntos como uma equipe. Poucos outros países fazem isto. A maioria dos países europeus se reúne poucas vezes no ano para treinarem suas seleções, já que muitos de seus atletas disputam Ligas, e treinam junto às equipes que fazem parte. Muitos países europeus disputam “super torneios” antes das principais competições mundiais, mas isso ocorre poucas vezes no ano. Desta forma, eles não conseguem competir no mesmo nível com os chineses que treinam o ano todo juntos.

A seleção Americana, por exemplo, treina junta somente algumas semanas por ano. Isto não é o bastante.

Para enfrentar os chineses, os outros países precisam focalizar o treinamento de suas seleções durante o ano inteiro, e não apenas um certo período de treinos, combinado com disputa de ligas e torneios da ITTF. Um caminho para se fazer isso é treinar a seleção no mesmo local onde o atleta disputa a liga, mesmo que isso signifique treinar em outro país. Se alguns países combinarem suas sessões de treino, então os seus melhores atletas podem treinar juntos, e poupar seus recursos com os “parceiros de treinamento (sparing)” bem como poupar despesas com centros de treinamento. De outra forma ocorrerá o que os melhores jogadores dizem: “não podemos treinar com os melhores do mundo como os chineses” (já que os melhores jogadores chineses estão na Seleção Chinesa).

O campeão mundial de 1989 e 1997, Jan-Ove Waldner atribui grande parte de seu sucesso ao estágio que fez na China quando era adolescente. Aqueles que pensam em desafiar os chineses, deveriam pensar em fazer o mesmo.

Depois traduzo o restante… abraços, galera!

Parceiros de Treinamento

Muitos países não possuem recurso para ter tantos sparings como os chineses têm. Entretanto, é um dever ter sparings se quiserem desafiar os chineses.

Seleções que não estão entre as melhores do mundo necessitam de bons sparings (parceiros de treino) para que possam elevar seu nível técnico. É praticamente impossível que um jogador que não esteja entre os 100 mundo se torne um top 100, a não ser que ele treine com um top 100.

Seleções que estão entre as melhores do mundo precisam de sparings que possam imitar o jogo do Wang Liqin e do Ma Lin. Quando Wang Liqin ou Ma Lin joga por exemplo com Samsonov, eles já treinaram antes com sparings que imitaram Samsonov, portanto eles estão prontos para o combate. De outro lado, Samsonov treina com outro atleta que geralmente tem menor nível que ele e nenhum que jogue como Ma Lin ou Wang Liqin. Qualquer pessoa que observar o jogo entre Michael Maze e Ma Lin na semifinal do Mundial de 2005 pode observar o quanto o jogo do Ma Lin incomodou o Maze. Muito provavelmente, daqui a dois anos este tipo de jogo ainda o incomodará, a não ser que Maze treine com alguém que tenha o mesmo estilo do Ma Lin. Entretanto, na China sempre terá algum jogador que imite o estilo do Maze, portanto Ma Lin sempre estará melhor preparado.

É improvável que em outros países possa haver o treinamento de um jogador contra dois sparings como os chineses fazem, pelo menos num futuro próximo, mas o primeiro passo é justamente treinar estes sparings para que possam jogar juntos como se fossem um só jogador. Surpreendentemente, a resposta é ir direto na fonte, ou seja, para a China. A China tem um número enorme de jogadores de alto nível que não estão na Seleção Chinesa, atletas que se tivessem oportunidades estariam entre os 50 melhores do mundo ou numa colocação melhor. Uma vez que o custo da mão de obra na China é mais barato, os países podem economizar seus recursos e trazer sparings (parceiros de treino) direto da China!

Treinamento Mental e Tático

Muito países possuem psicólogos esportivos. Uma idéia é unir essas sessões de psicologia com reuniões táticas, como os chineses fazem.

A maioria dos países possui um ou dois técnicos que desenvolvem suas estratégias de jogo (junto com os próprios jogadores). Existem outros técnicos e jogadores de alto nível que podem fazer parte da equipe técnica da seleção, como voluntários, para ajudar a desenvolver táticas de jogo. Para aquelas seleções que ainda não estão entre as melhores do mundo, devem estar focadas no desenvolvimento tático e técnico de seus atletas. Se a Seleção estiver num nível alto, podendo desafiar as melhores seleções do mundo, a prioridade deve ser o desenvolvimento de estratégias específicas para determinados jogadores adversários.

O desenvolvimento de jogadores

Neste ponto, dizemos novamente que os outros países não possuem a diversidade de atletas que os chineses possuem. Porém, estes países podem melhorar o desenvolvimento de seus campeonatos internos. Na Alemanha, por exemplo, existe um bom número de atletas devido ao seu sistema de Ligas.

Num ponto onde os outros países podem superar os chineses é na disputar de jogos reais, especialmente em situações de competições. Uma força chinesa é seu treinamento atual. Porém, muitos jogadores europeus têm uma prática mais eficaz de disputa de partidas, devido a existência de muitas ligas na Europa. Isto desenvolve nestes jogadores um “jogo resistente” permitindo que estejam no seu melhor quando disputam grandes partidas bem como permitem que eles desenvolvam táticas flexíveis para seus jogos. Se puderem combinar isso com o treino com sparings que imitem o jogo chinês, podem ficar melhor preparados para campeonatos do que qualquer jogador chinês, os quais até podem treinar mais e melhor, mas não disputam muitas partidas em situação de competição contra diferentes atletas (uma vez que a maior parte das partidas-treino dos chineses são contra outros chineses).

Para adquirir esta prática em competições, os jogadores podem disputar várias ligas, como a Liga Alemã, consideradas por muitos como a melhor do mundo, bem como disputar os torneios da ITTF (ITTF Pro Tour). Isto, combinado com um treinamento similar ao dos chineses, pode fazer dos jogadores outros países tão competitivos quanto os chineses.

A Técnica

A técnica é algo que você pode aprender apenas observando os melhores atletas. Mas se você apenas observar, você levará anos atrás daqueles que desenvolvem essas técnicas.

Este é um ponto no qual o planejamento cuidadoso de métodos técnicos se torna importante. As seleções precisam saber imitar as melhores técnicas dos melhores jogadores (chineses e não chineses) e criar suas próprias técnicas.

Quando a Hungria derrotou a China na final do Mundial de 1979, eles dominavam muito bem as técnicas de flip na recepção (harau) e loops de backhand. Quando a Suécia era superior à China no início dos anos 90, eles dominavam as técnicas de forehand com o uso da cola rápida. Em ambos os casos, os chineses foram pegos com a “guarda baixa” e perderam devido às novas técnicas da época.

Existe um bom exemplo ocorrido nos EUA para ilustrar esse ponto. Na era moderna da esponja, aproximadamente a 40 anos atrás, somente dois jogadores americanos estavam entre os 20 do mundo: Dan Seemiller (que é o atual técnico dos EUA) e Eric Boggan. Ambos copiaram as técnicas mais avançadas da época e adicionaram a elas as suas próprias técnicas. Todos dois atletas utilizavam a empunhadura “Seemiller”, desenvolvida pelo próprio jogador que usava apenas um lado da raquete para devolver bolas do lado direito e esquerdo da mesa (é uma empunhadura muito estranha onde o atleta segura a raquete classista colocando o dedo indicador no lado da raquete e devolve as bolas, tanto as que venham no lado direito ou esquerdo da mesa, com a mesma face da raquete, utilizando uma borracha anti-spin no outro lado da raquete que é usada apenas como uma variação para, por exemplo, recepcionar saques). No campeonato mundial de 1985, quatro dos cinco membros da equipe americana usavam essa empunhadura (Dan e Rick Seemiller, Eric Boggan e Brian Masters, com apenas Sean O’Neill utilizando a empunhadura classista normal). Com a ajuda desta nova técnica os estados Unidos obteve sua melhor colocação em campeonatos mundiais, podendo desafiar todas Seleções Mundiais com exceção das 4 melhores apenas.

Isto não significa que os EUA ou qualquer outro país deva utilizar a empunhadura seemiller. Mas significa que qualquer país que queira desafiar os chineses, não devem apenas copiar as técnicas deles, mas criar também suas próprias técnicas, como a Hungria e a Suécia fizeram. Ou ainda, fazer como os chineses fazem, os quais copiaram a técnica de Kamplar e a melhoraram. Outros países poderiam melhorar ou desenvolver técnicas atuais. Em vários lugares existem jogadores utilizando novas técnicas que são pouco noticiadas e que podem ser no futuro a “grande descoberta”.

A Europa já tem uma possível grande vantagem sobre a China, que são suas técnicas de rallyes. A China pode dominar a técnica de se iniciar um rally, mas são os europeus que gastam mais tempo de treino em técnicas de rally (principalmente troca de drives) e usam borrachas com esponja macia (que favorecem a troca de drives), podendo ter uma vantagem neste ponto. Isto pode ser desenvolvido, se for combinado com táticas para se iniciar estes rallyes.

Conclusão

Desafiar os chineses no Tênis de Mesa é uma tarefa formidável, semelhante a desafiar os EUA no Basquete. Anos atrás, os americanos pareciam invencíveis no basquete, mas agora não são mais. Os chineses são muito mais vulneráveis do que eram os EUA no basquete, mas isso não significa que a tarefa seja fácil. Basicamente o que deve ser feito é aprender com os chineses até que os outros países desenvolvam seus próprios potenciais. Isto é possível? Sim. Isto será feito? O tempo dirá.

Ufa, terminei! pessoal postem seus comentários sobre este maravilhoso texto.

Parabéns…

Esse texto foi show de bola… :wink:

Abraços,

Bob

Em muitos paises a Seleção é escolhida através de seletivas. Essa pode ser a maneira mais justa de escolher uma equipe, mas não é a melhor maneira de desenvolver uma equipe forte. (...) A seletiva é a maneira mais justa de se escolher uma equipe? sim. É a melhor material de escolher uma equipe com potencial para ganhar medalhas? provavelmente não. A menos que o jogador seja um top player, os chineses não convocam ninguém com mais de 22 anos. Uma opção é ter uma seleção de jovens com menos de 22 anos que treine junto com a seleção principal.

Essa idéia eh interessante. Pessoalmente acho q poderia ser melhor do que a fracassada Regra dos 25 anos. Nela excluia-se qq um com mais q 25 anos, deste jeito teríamos os tops jogando e puxando o nivel dos mais jovens. Mas pra isso seria bom ter a seleção treinando junta em tempo integral, oq seria dificil.

Eles priorizam os treinos de novembro a abril, e treinamentos antes das principais competições que ocorram durante o ano.

Isso aconteceu este ano com as seletivas pro latino americano bem proximas do ano novo. A seleção não parou e manteve um bom ritmo. Ponto pra CBTM aí.

O mais interessante é que os "parceiros de treino" imitam o estilo dos adversários daquele determinado jogador que está sendo treinado. A seleção chinesa tem "parceiros de treino (sparing)" que desenvolveram seu jogo imitando os melhores jogadores estrangeiros - como Schlager, Samsonov, Kreanga, Waldner, Saive...

O Brasil não tem jogadore ssuficientes pra isso. Então a idéia de importar chineses sugerida na ultima parte eh interessante. E bem mais interessante q apenas botar chineses jogando pelo Brasil.

A técnica consiste em dois "parceiros de treino (sparing)" contra um jogador. Este é um luxo que a maioria dos paises não pode ter, mas a China pode. Dois "parceiros de treino são selecionados", um com o forehand forte e outro com o backhand forte (mas com um bom forehand tb) e eles aprendem a jogar juntos como se fossem um só. Juntos, eles enfrentam os melhores jogadores chineses. Com um jogador devovendo somente bolas no forehand e o outro devolvendo as bolas que vão do lado do backhand (mas podendo usar o forehand tb como os jogadores fortes fazem). Desta forma, se tornam um "jogador" mais forte que o Wang Liqin. Assim os melhores jogadores chineses empurrados para o seu limite, treinando contra esses "fortes jogadores".

Em menor escala eh possivel fazer por exemplo em umdia pergar 2 jogadores pra jogar assim contra um outro do mesmo clube. Aew no dia seguinte troca-se a dupla. O problema eh entrosar os jogadores, mas se isso for feito constantemente acredito ser possivel.

Outros vêm de escolas normais. Cada escola na China tem uma equipe de Tênis de Mesa que treina regularmente. Em um país de 1,3 bilhões de estudantes, existem milhares equipes! De acordo com o Diário de Shangai (7 de maio de 2005): "10 milhões de jogadores treinam regularmente. Eles são jogadores que disputam com os jogadores de alto nível e não são 'jogadores de garagem' como os que praticam nos EUA e na maioria dos países."

Isso acontece aquicom o futebol. Por isso somos um celeiro de craques. Mas não eh preciso tanto para se ter bos resultados. O volei tem muitas seletivas de jovens com menos q 14 aos para entrar em times. Em muitos casos eh possivel ficar bom mesmo não tendo mta habilidade, apenas tendo um biotipo compativel com o volei. No TM em q o biotipo não impota muito isso seria mais facil.

Depois comento mais.

flw