O problema, Mutley, no meu ponto de vista, é que comparar uma batida de backhand caneta contra um drive de back clássico não é o correto.
Compare a batida do Persson, famosa, contra a batida do Kim Taek Soo, tb famosa. As velocidades se equiparam, a meu ver, com vantagens para o Persson.
Se comparar um shoto do Mr. Waldner com um shoto do Chiang Peng Lung, por exemplo, famoso “shoteiro” caneta, é nítido que quando o assunto é potência a vantagem pende pro clássico, pelo menos para mim. (Ok, é o Waldner. Mas veja o shoto do Liqin, do Oh Sang Eun, e de outros classistas que usam bastante esse movimento).
Quanto ao drive de back, nem se fala. Joerg Rosskopf, Kalinikos Kreanga, Oh Sang Eun, o torto do Schlager, o Maze…Talvez o Hao faça frente à eles quando o assunto seja spin, mas potência…e nem caneteiro ele seria, segundo a nova "etiqueta.
Quanto à potência do forehand, existe uma bela diferência no movimento de alavanca de braço entre os dois estilos.
O caneteiro usa, em drives de potência, todo o braço como alavanca. Isso é bem nitido quando vemos fotos dos koreanos preparando um power drive em uma 3ª ou 5ª bola, por exemplo. A escola caneta japonesa “inventou” esse movimento.
O braço sai aberto de trás/baixo do corpo, vem aberto até o momento do impacto e no momento se adiciona a alavanca do cotovelo - e, para alguns jogadores, o pulso também (não aconselhável) - terminando em frente a cabeça/testa (um pouco mais alto que um drive de preparação, que termina como em um movimento de continência militar) a transferência de potência é maior.
Mas não é só deles esse movimento, mais. Os chineses (Hao e Ma Lin) também o usam em drives de potência, se vc reparar.
Até acho que na última TT Player tinha uma jogada do Hao ilustrando um powerdrive de braço aberto…
A maioria dos clássicos usa somente a alavanca do cotovelo ou cotovelo+pulso, o que obviamente diminui a potência tranferida. Isso é bem nitido nos movimentos do Boll, do Sansonov. Mas alguns clássicos já aumentaram a amplitude do movimento (sem os excessos dos sul-coreanos, claro) para aumentar a potência, como o Liqin, Ma Long e a leva nova de chineses classistas). Isso não necessariamente implica em ter menos ou mais potência no drive. Tem muitos classiqueiros com uma patada de forehand bem forte, como o próprio Ma Long, o Kreanga, o Fetzner…
Claro, o material ajuda muito. A madeira caneta foi feita para transferir a paulada de forehand. Sweet spot deslocado para a ponta aumenta ainda mais o tamanho da alavanca. Essa “engenharia” de materiais tem um propósito bem claro.
Quanto ao “mais madeira”, se eu fosse pensar dessa forma o drive dos chineses de 20 anos atrás seria insuperável em potência. A raquete dos caras pesava 1 arroba!!! rsrsrs.
Abrax