Conjunto para treito / conjunto para jogo

Vocês costumam utilizar equipamentos diferentes para treino e para jogo?

Quando comecei a jogar como caneteiro eu usava uma raquete relativamente flexível da Yasaka que não lembro o nome, pouco tempo depois passei para uma Senkoh 5 que utilizei por mais de 1 ano e terminei com uma Cypress, mas sempre usei o mesmo conjunto para tudo.

Após bastante tempo afastado venho treinando e jogando principalmente com empunhadura clássica, mas ao testar uma raquete flexível de madeira achei interessante para treinos porque você sente muito bem o contato com a bola, algo bastante limitado com as raquetes mais rápidas e rígidas. Achei que seria útil para treino uma raquete mais lenta, flexível e com maior feedback, ainda que não seja o tipo de equipamento que eu prefira em situação de jogo.

Fiquei curioso em saber se o pessoal costuma usar conjuntos distintos com esse objetivo.

Nasche, eu não costumo fazer isso pelo menos. Não tenho o feeling de um jogador profissional, então prefiro ganhar confiança no meu material no treino e colocar os fundamentos em prática no jogo e no torneio. Uso o mesmo material tanto para treino quanto para jogo. Outra coisa, eu não acho legal você jogar em torneio com borracha novinha em folha como os profissionais fazem, pois não temos memória muscular tão acurada quanto a deles. Uma vez fiz essa experiência e o resultado foi desastroso, perdi totalmente a confiança nas minhas bolas.

No máximo, o que faço é trocar as minhas borrachas pelo mesmo modelo depois de sentir que não consigo fazer mais o que quero com meu conjunto (isso depois de uns 7 meses). E ainda podem vir diferenças de acordo com os lotes das borrachas. Os profissionais trocam de material antes de torneio porque eles possuem uma coordenação motora tão fina que eles conseguem extrair muito do material deles. Para nós, acredito que é muito difícil chegarmos nesse nível pois jogamos isso por prazer, e não por ofício. Além disso, a borracha nunca fica tão boa comigo na 1ª colagem. Costumo colar de mês em mês e dá pra notar nitidamente a mudança de performance após uma nova colagem. Óbvio que existe um ponto em que a raquete satura, isso varia de material pra material.

Para comprovar o que eu disse, aqui vai mais um “causo” de tênis de mesa. O jogador da China Yan An perdeu a confiança após trocar de material antes de um torneio em 2013. Veja o que uma troca de material mal feita pode causar (reportagem em inglês).

http://tabletennista.com/2013/11/yan-ans-poor-performance-caused-by-a-rubbe/

Isso é porque ele trocou de material antes de um torneio. Agora, imagine a pessoa trocando o tempo todo entre treino e jogo? .Porém, gosto não se discute. Conheço pessoas com opinião totalmente contrária a minha.

Sei que material novinho cheira legal e é brilhante, te dá bastante moral, mas resista a troca de equipamento. Pelo bem do nosso progresso como mesatenistas amadores. Eu era daqueles caras que trocava de equipamento o tempo todo, até perceber que o problema principal era eu mesmo. Como meu antigo técnico Ailton Silva dizia (que Deus o tenha, infelizmente faleceu em 2015): “Raquete é igual casamento. Se você achou uma que você gostou, permaneça com ela sempre. Não tem porque mudar.”

Diogo, eu tenho um lance com borracha nova. A maioria delas eu acho meio “nervosas” nos dois primeiros dias de uso, depois disso sinto que ficam constantes por um bom período até começarem a perder capacidade.

Quando digo raquete para treino é aquela coisa de bater bola mesmo. Eu não estranho jogar com carbono ou material composto, mas você treinando com elas não tem quase nenhum retorno sobre a qualidade da batida senão a trajetória da bola, enquanto uma madeira te permite “sentir” o que está acontecendo enquanto ela está em contato com a raquete daí a ideia e a curiosidade para saber se tem gente fazendo isso.

Vai muito da pessoa Nasche. Eu particularmente nunca gostei de materiais carbonados, pois perco muito meu feeling de batida quando uso eles. Além disso, sempre tive dificuldade em colocar bola curta com carbono (com certeza é deficiência técnica minha também kkk). Por incrível que pareça, prefiro mesmo uma 7 folhas super rígida do que uma 5 folhas + 2 de carbono.

Nós podemos e devemos bater bola as vezes com materiais diferentes, até pra experimentar e saber o que passa no esporte. Por exemplo, vai que você queira experimentar um pino, sei lá. Mas creio que você fazer uma rotina de treino com um equipamento e usar outro no jogo (exemplo torneio) não é legal. Pelo menos não foi pra mim, entende?

Uma hora ou outra nossa musculatura fina sente a diferença de você usar uma raquete mais lenta no treino (vulgo bater bola) e outra no jogo. Melhor você aprender a fazer tudo certinho com um conjunto só e se especializar nele, senão sua cabeça vai virar uma bagunça. Analogamente a isso, seria como você dirigir dois carros diferentes para ir ao trabalho (Ex: Um Astra e um Fox). Cada carro é de um jeito, e pra aproveitar o máximo dele você terá de ter tempo de direção ou ter um feeling muito bom.

Se a pessoa sente melhor com material mais lento ou se sente insegura para uma raquete rápida, que use até adquirir a confiança pra passar para um mais rápido. É possível sentir e extrair o máximo de materiais mais rápidos, mas tem que ter uma coordenação muito boa. Isso só vai ser adquirido com tempo de treino, não existe outro remédio.

Porém, como disse, existem muitas pessoas que pensam iguais a você e isso que é legal da diversidade do esporte. Se está te fazendo bem e você vê que existe um ganho de aprendizado nisso, não tem porque mudar. Muito legal seu testemunho, nunca parei para pensar nessas questões mesmo, parabéns pelo tópico.

Particularmente, eu acho que não é interessante usar equipamentos diferentes para treinos e para jogo. O que acho é que se pode ter duas da mesma configuração de raquete + borrachas, uma para treino e outra para jogos. A de treino, geralmente está mais susceptível a batidas e desgaste enquanto que a para jogos seria uma versão de segurança.

Caso se use dois conjuntos diferentes, pode-se treinar a adaptabilidade durante o jogo. No entanto, em bolas muito rápidas o tempo para decidir o movimento é muito pequeno, geralmente se tem uma resposta semi-automática, que vai ser diferente de um material para outro. Um vai ter de ter um ângulo mais aberto, raspar mais, acelerar mais o movimento etc.

Como meu treino é de muita repetição, acho contra-produtivo treinar a mesma coisa com dois materiais diferente o tempo todo. Mas, o mais importante para quem joga por hobby é se divertir. Então, se tiver se divertindo e se não prejudicar seu companheiro de jogos a fazer o mesmo, pode trocar de material a vontade durante o treino. A sua carteira será o limite!

Júlio, o lance te ter um equipamento backup cópia ou próximo ao original é mais comum ver, até porque há um risco de dano permanente ao material e assim você não fica na mão e nessa hora a questão da memória muscular faz uma enorme diferença, mas eu pessoalmente não sinto grandes problemas em usar uma raquete um dia e outra no dia seguinte, esse lance rola mais se eu mudo o equipamento depois de estar batendo bola há algum tempo sem intervalo, aí até inverter a raquete de lado com duas borrachas diferentes muda toda a programação mental.

Eu venho treinando apenas com raquetes clássicas, mas teve um torneio no clube e como fui caneteiro muito tempo resolvi jogar com a raquete caneta já que era torneio por equipes. Fazendo apenas um treino com o material e jogando algumas partidas sem pegar na raquete clássica foi suficiente para fazer esse ajuste fino e jogar na boa com uma raquete bem diferente das que vinha praticando.

É que apesar de jogar sem problemas com raquetes que não dão muito feedback, na hora do treino uma raquete onde você sente quão certo você está batendo na bola me pareceu uma boa ideia … realmente não sei, vou testar, mas pela sua resposta e a do Diogo parece que a regra é evitar algo assim.

Não que seja regra Nasche, mas toda regra tem exceção kkk (senão matematicamente se chamaria teorema =) ). Nerdice e brincadeira a parte, é muito legal você testar isso porque creio que no tênis de mesa hoje temos “muito do mesmo”. Digo todo mundo tem mesmas ideias, jogam do mesmo jeito, “vivem no oceano da mesmice”. Se é algo que faz bem e você vê que está progredindo, não tem porque mudar concorda? Atletas de alto nível tem uma raquete de backup, mas é exatamente o mesmo modelo (mesma borracha e mesma madeira). Um caso aconteceu com Wang Liqin nas Olimpíadas de 2008. Ele estourou a raquete dele na mesa, mas a reserva era igualzinha.

É que já tentei fazer isso que você citou e realmente não me senti bem. Pelo contrário, perdi confiança e meu progresso estagnou. A questão de você jogar caneteiro é que provavelmente seus músculos ainda têm mais memória de caneteiro do que de clássico. Vai demorar um tempo pra você ter um “tchan” e converter sua musculatura toda pra clássico, quiçá uma vida inteira. Enfrento essa questão no caminho inverso porque sou caneta e meus estímulos era de clássico, só agora 2 anos depois que estou começando a acostumar.

E sim, é mais difícil ter feeling em materiais carbonados e/ou muito rápidos em relação materiais mais lentos, concordo plenamente contigo. Porém, difícil não significa impossível. Com treino você consegue sentir o material cada vez mais, independente de ser rápido ou lento.

Se você puder fazer um relato pra gente de como você se saiu no seu próximo treino a gente agradece desde já.

Nunca esqueçamos, não existe certo ou errado no nosso nível. Somos atletas amadores e jogamos por felicidade e prazer primeiramente. Devemos fazer o que nos faz bem e o que nos deixa satisfeitos. Se correr feito um tarado de um lado pro outro da mesa te faz bem (eu faço isso =)), jogue assim. Se mudar de clássico pra caneta num torneio não te trouxe problema, não tem porque parar de fazer isso.

Resumiu tudo em 3 frases.
Qualquer decisão que tomamos no tênis de mesa deve ser baseada nos nossos objetivos.
Depende se quer evoluir, jogar torneios fortes, se divertir, se manter em determinado nível, etc.
Eu, por exemplo, gosto de competir dentro da minha realidade, mas sem nunca perder a diversão que é jogar TM. Outros, no entanto, podem preferir evoluir a qualquer custo, cada caso é um caso.

Nakata, obrigado pela contribuição.

Na realidade creio que todos deveriam buscar se divertir com o esporte. Quantos jovens talentos não abandonam a atividade por se tornar um peso?

A questão é mais em um sentido de evolução mesmo. Ao iniciarmos quase sempre nos é recomendado um equipamento mais lento e que proporcione maior feedback, mas a partir do momento que temos razoável domínio de algumas batidas é natural para jogadores ofensivos a busca por equipamentos que permitam liquidar o ponto rapidamente. A questão é que o processo de aprendizagem não para, dificilmente alguém em um nivel que não seja bastante elevado terá um bom domínio da enorme quantidade de batidas possíveis além das mais básicas, aí a questão principal é se não valeria a pena ter um conjunto mais próximo do que se recomenda para um iniciante ou intermediário para continuar desenvolvendo as técnicas onde ainda não se tem um bom domínio enquanto se mantém o “canhão nosso de cada dia” para jogar o que não significa apenas torneios, mas até aquela parte do treinamento onde só se está mantendo consistência onde já há bom domínio.

Não existe uma regra 100% do que é certo ou errado.

Claro que olhando para os profissionais, sempre vai ver eles treinando com o mesmo material, as vezes pegam outro patrocínio e disfarçam o cabo da raquete, mas continuam com a mesma.

Eu se pudesse ($$$) ficaria experimentando materiais novos direto, já q pratico por lazer e tenho prazer em ficar montando aquele conjunto novo… hehe

Mas não fico com 02 conjunto diferentes simultaneamente… pois a melhor forma de se adequar aquele conjunto é praticar o quanto mais possível com ele, pelo menos pra mim… Se um conjunto não me dá domínio, mas se por algum motivo esse conjunto me dá prazer em usá-lo eu vou é treinar quanto puder com ele pra dominar e evoluir as técnicas com ele. Daí se perceber q realmente meu jogo fica abaixo do q eu consigo alcançar com outro conjunto, tenho q decidir se vou ficar com o “lazer” ou vou trocar e buscar a “evolução”.

Pois imagine um corredor de F1 querer usar um Kart pra treinar, ao invés de aprimorar a técnica, ele vai é se perder ainda mais na corrida.

Este é um tema que já foi abordado por aqui em algumas oportunidades. E o que os colegas citam acaba formando um consenso com o que já foi discutido. Não há muita ciência nisso na verdade, e nem mesmo me lembro de alguém que use dois materiais diferentes para treino e jogo.

Entretanto, se vc pretende testar a prática e funcionar para vc, vá em frente!

Abraços!!!

[quote=“Alcir” post=106426]Este é um tema que já foi abordado por aqui em algumas oportunidades. E o que os colegas citam acaba formando um consenso com o que já foi discutido. Não há muita ciência nisso na verdade, e nem mesmo me lembro de alguém que use dois materiais diferentes para treino e jogo.

Entretanto, se vc pretende testar a prática e funcionar para vc, vá em frente!

Abraços!!![/quote]

Alcir, vou citar o fato que me deu essa ideia.

Voltei a jogar faz pouco tempo e como não conheço muita coisa dos equipamentos novos, estou tentando testar o máximo de coisas possível dentro do meu estilo de jogo para definir o que usar já que não gosto de ficar trocando de material, no passado depois de testar bastante coisa fiquei um tempão com a Mark V até retornar agora.

No meio desses testes com minhas raquetes, sempre que surge uma oportunidade eu testo outras raquetes e borrachas no clube onde estou treinando em uma dessas era uma raquete de madeira bastante flexível com uma T80 e uma T64. Não morri de amores pela T64 que tem um arco mais baixo e nessa raquete tinha um efeito “catapulta” maior que qualquer outra coisa que estou testando, mas com a T80 eu fiquei bem afastado da mesa mandando loops de várias formas distintas, com mais arco, menos arco, mais efeito, lateral … tudo muito fácil com muito mais tempo de contato e feedback do que qualquer coisa que eu estou usando, mas por outro lado não é um equipamento que eu gostaria de utilizar para meu estilo de jogo onde busco definir os pontos rapidamente e prefiro material bem mais rápido para buscar winners. Aí que veio a ideia, porque o meu parceiro de treino também teve muito mais facilidade para devolver as bolas ainda que com bastante variação, pareceu uma ótima ferramenta para treinar “coisas diferentes”, mas realmente não me vejo jogando com algo assim.

Vou testar, depois reporto os resultados e como o Nakata disse, o importante é se divertir sentindo prazer com a atividade.

O ruim é você treinar com uma madeira mais lenta, bloquear bem, contra atacar bem… desenvolver uma segurança pra jogar e quando for competir com um material mais rápido, começar a bloquear pra fora, atacar pra fora… perder completamente o feeling e a segurança com a raquete… Aí complica.

Tênis de mesa é um esporte de muita precisão pra treinar com um material e jogar com outro. Admiro muito quem consegue fazer isso sem sofrer com adaptação… Boa sorte nos testes!!

Esqueci de comentar, já vi a utilização de raquetes variadas no treino, mas isso para o “sparring”, o treinador mesmo montou diversas raquetes, uma bem rápida, pra ficar só de bloqueio passivo, para poupar energia mesmo, já que os atletas ficam variando e ele só retornando as bolas e analisando os movimentos deles. Ele tb montou conjunto com pino longo e curto. O treino rende bastante e os atletas praticam técnicas como se tivessem jogando contra vários estilos diferentes. Mas a evolução é daqueles q estão treinando com a raquete q estão acostumados e usam, já o “sparring” para evoluir tb, tem que trocar de lugar com outro atleta, pegar a raquete com qual joga e fazer os mesmos treinos.

Aí sim é totalmente válido jogar com vários materiais diferentes. Você está procurando definir o que funciona melhor para seu estilo, eu também já fiz muito isso.
Quando eu morava no Japão era muito fácil e barato adquirir raquetes e borrachas, logo testei uma infinidade de coisas. Porém acho igualmente importante testar com regularidade. Eu, por exemplo, testava cada conjunto pouquíssimas vezes por falta de oportunidades para jogar, então não conseguia definir com precisão o que era melhor para mim. Tanto é que na minha cabeça eu jogaria classico com borrachas tensionadas. Mas quando voltei para cá e comecei a disputar campeonatos não ganhei nada como classista. Foi só voltar a jogar como caneteiro (minha origem) que faturei alguns torneios, contra os mesmos adversários que me venciam enquanto eu era classista.
Mas ainda assim eu testei vários pinos para achar um ideal.
E cá para nós, é muito divertido testar combinações novas, não é mesmo?

Aí sim é totalmente válido jogar com vários materiais diferentes. Você está procurando definir o que funciona melhor para seu estilo, eu também já fiz muito isso.
Quando eu morava no Japão era muito fácil e barato adquirir raquetes e borrachas, logo testei uma infinidade de coisas. Porém acho igualmente importante testar com regularidade. Eu, por exemplo, testava cada conjunto pouquíssimas vezes por falta de oportunidades para jogar, então não conseguia definir com precisão o que era melhor para mim. Tanto é que na minha cabeça eu jogaria classico com borrachas tensionadas. Mas quando voltei para cá e comecei a disputar campeonatos não ganhei nada como classista. Foi só voltar a jogar como caneteiro (minha origem) que faturei alguns torneios, contra os mesmos adversários que me venciam enquanto eu era classista.
Mas ainda assim eu testei vários pinos para achar um ideal.
E cá para nós, é muito divertido testar combinações novas, não é mesmo?

Sim, é divertido, mas ao menos com borrachas chega um momento que o jogo fica mais estável quando você define uma.

Eu também tenho esse “problema” como caneteiro, há algumas pessoas no clube que eu não consigo bater jogando clássico contra as quais eu tenho bons resultados jogando caneta, mas nesse caso entendo como aprendizado e estou treinando apenas com um estilo, só resgatei a raquete caneta para um torneio que era por equipes, mas o problema é que demanda muito de mim fisicamente jogar como eu jogava como caneteiro, fiquei com o ombro um pouco inflamado e meu joelho também sente (coisa de quem passou dos 40), por isso estou insistindo bastante em desenvolver o backhand clássico e tenho testado várias borrachas com características direcionadas para meu jogo e no caso das raquetes sinto que ainda preciso identificar com o que vou jogar.

Caneteiro eu comecei com uma Yasaka bastante flexível e lenta que não lembro o nome e uma borracha chinesa barata que também não lembro o nome que tinha duas opções de esponja, a azul que era bem rígida e a amarela que era macia e você tinha que colar a esponja na borracha. Chegou um momento que eu batia tudo com esse conjunto, parecia jogador de pino curto e aí peguei uma Senkoh 5 bem mais rápida, macia, agradável e com bom controle, fui trocando de borracha até fixar na Mark V e aí só fui aumentando a espessura. Com essa borracha passei a bater muito menos nas bolas e fui aprendendo a colocar topspin na bola. Fiquei com esse equipamento por quase dois anos até que troquei a raquete com um amigo por uma Cypress que ainda tenho e continuei com a Mark V. A Cypress achei que solta mais a bola conforme se afasta da mesa o que começou a virar tendência no meu jogo quando saí da chinesa e depois da Sriver para a Mark V.

A raquete clássica eu tinha uma Mazunov que tinha comprado depois de uma grave contusão uns 6 meses antes de parar de jogar, mas nesse retorno já aposentei a raquete, em um dia com a Donic eu já estava jogando melhor do que com a Mazunov que ficou muito pesada (para mim) com as borrachas de hoje em dia e a Viscaria também foi de fácil adaptação, embora eu me sinta melhor jogando mais longe da mesa com ela. Tenho alternado entre essas duas, mas nunca no mesmo dia e nesse processo já estou fechando também as borrachas “que servem” e as que não estão indo tão bem. Hoje tem muitas opções e as qualidades são próximas, é mais questão de detalhe mesmo. Do que testei só descartei a Rasant Grip e a MX-S que está no FH da Viscaria apesar de ter achado boa eu prefiro a MX-P que está na mesma raquete tanto no BH quanto no FH.

Agora o lance da raquete para treino também vem do fato que a Donic e a Viscaria jogam muito bem, mas te dão bem pouco retorno na hora do treino, a Viscaria mesmo não sendo tão rígida quanto a Mazunov por exemplo, quase não vibra assim como a DPPC. A ideia é essa mesmo, mas enquanto você está desenvolvendo uma batida é interessante sentir aquela coisa toda torta na mão que é uma raquete vibrando quando você pega fora do sweet spot, afinal meu jogo como o de quase todo amador ainda tem muito a ser desenvolvido.

Nasche,

um personagem famoso disse “Jogo é jogo e treino é treino…”.
Acho que a frase se refere ao “clima” da situação, estado psicológico dos jogadores, técnicos e torcida. Uma coisa é fato: durante as competições, ninguém quer perder!
Ouvi de um atleta profissional a frase “Os princípios básicos do Tênis de mesa são três S’s: Spin, Spot e Speed.” Traduzindo seria: Efeito, colocação da bola ou trajetória e velocidade. Deve haver um equilíbrio destes três fatores, e para haver o equilíbrio deve haver controle.

Portanto a questão básica de se treinar com um material e jogar com outro seria a questão do controle. Como o AlexandreMonteiro lembrou: “Tênis de mesa é um esporte de muita precisão…”. Para treinar com um material e jogar com outro só se forem muito semelhantes ou se o jogador tiver um tempo de adaptação fora do normal. Se uma pessoa pretende atingir um objetivo em competições, acho isso um erro. Mas, se você só quer se divertir, então não há regra.

Como pode ver na minha assinatura não sou exemplo de objetividade, hahaha… Atualmente tenho 4 conjuntos diferentes montados e não resisto a experimentar um de vez em quando. Mas quando faço isso, geralmente faço um jogo muito ruim. Aprendi (recentemente) a fazer isso somente quando jogo com pessoas que não exigem o máximo do meu jogo e, mesmo assim, cometo muitos erros não forçados. Ontem mesmo estava com saudades da raquete nº 2 da minha assinatura e resolvi testá-la com um jogador que tem um nível técnico maior que o meu. Adivinhe o resultado? Minhas “tripas” ficaram espalhadas no asfalto. Foi a famosa “rapidinha”. O forehand ia pra fora e o back na rede. Peguei a raquete nº1 de novo e joguei decentemente.

Abraço.

LuizGustavo, eu estou utilizando dois conjuntos bem distintos, logo que recebi a segunda raquete (estou a pouquíssimo tempo com ambas) eu bati bola todo tempo com ela usando as borrachas que tirei da Mazunov e na hora dos jogos depois do treino peguei a outra com a qual vinha jogando há uns dias e aí foi tudo torto, um verdadeiro curto circuito mental rss.

Tenho feito assim, terças e quintas bato bola com a Viscaria e aos sábados onde o treino dura umas 4h uso a DPPC, aí é tranquilo.

Aí você vê o Maze puxando aquela bola no backhand cheia de efeito lateral. Eu não sei fazer isso, batendo bola sem compromisso eu acerto umas duas bem batidas em umas 10 e nem Viscaria nem DPPC dão muito feedback sobre como você pegou na bolinha, nesse caso será que uma Yasaka Extra não seria melhor para desenvolver essa batida? Não sei, mas acho que vale a pena tentar, talvez encurte o aprendizado. Aquele treino onde você está apenas repetindo algo que já faz há tempos só para ajuste fino e memória muscular acho que tem que fazer com material que vai jogar mesmo.

Nasche, eu entendo a questão da importância de material. Como eu disse, cheiro de borracha nova é bom e é difícil resistir a testar equipamentos novos. Essa questão de testar e trocar material tem um certo limite. Muitas vezes você pode gastar muito dinheiro (receio que esteja acontecendo isso) e paciência até se adequar com material. Trocar de material não faz a gente virar o Timo Boll ou o Ma Long do dia pra noite. O que faz é treinamento ou melhor, treinamento bem orientado.

Você disse algo que vale a pena ressaltar.

Não sei, mas acho que vale a pena tentar, talvez encurte o aprendizado
Não existe atalho pra aprendizado nenhum nesse mundo. Ou seja, não adianta acelerar o processo, senão você vai estagnar, como a maioria das pessoas fazem. A gente tem que quebrar cabeça e ir resolvendo nossos problemas, até adequar nossa técnica. Claro que essa sua forma de treinar é um jeito. Mas jamais acredite em aceleração de aprendizagem. A gente tem que ir trabalhando de pouquinho em pouquinho a cada dia para hoje sermos melhores que ontem e por aí vai.

Seria legal fazer suas experiências com os conjuntos e depois definir um que você curte mais.

Tentei colocar as curvas de aprendizagem em anexo mas não foi, qualquer coisa mando pra você em MP.