A gente nunca sabe como uma simples frase ou brincadeira pode atingir outra pessoa, principalmente quando a sensibilidade da outra anda aguçadíssima: qualquer coisa boa deixa-o muito feliz e qualquer tolice derruba-o.
Poucas pessoas daqui me conhecem pessoalmente, e poucas das que convivem comigo sabem de fato o que se passa na cabecinha do “famoso Mazinho” (não me considero famoso, mas esta é a frase que mais escuto nas competições quando alguém vem me conhecer pessoalmente). Dentre os muitos apelidos que recebi um me cai como uma luva: “o Homem de Fases”. Este apelido me foi dado Adriano Neves (que é um dos (2) colaboradores desse site) e representa a imensa variabilidade do meu humor. Estes últimos dias foram simplesmente péssimos. Por mais de 1 milhão de vezes pensei em simplesmente abandonar este barco e por 1 milhão de vezes desisti.
Muita gente que visita este site imagina que eu ganho “rios de dinheiro” com ele. Infelizmente isso não é uma verdade. Somos apenas um simples site de notícias e discussões que deseja ajudar de alguma forma o desenvolvimento desse esporte. Não vendemos produtos ou serviços. O que temos é “apenas” uma generosa ajuda de maravilhosos amigos chamados Valter Costa e Waldir Júnior, sem os quais este site simplesmente não existiria mais.
Este tipo de trabalho que faço aqui só é reconhecido por pessoas que amam o Tênis de Mesa. Para as demais pessoas eu sou tratado como um “vagabundo que passa 7 horas por dia na frente de um computador falando de pingue-pongue”. Antes eu não ligava muito para isso, mas agora estou quase concordando com o segundo grupo, ou seja, os não mesa-tenistas.
Às vezes me pergunto: que danado faz um advogado recém formado às 9 horas da manhã de uma sexta-feira ficar escrevendo sobre um jogo de “pingue-pongue” entre Brasil e Nigéria ao invés de estar tentando batalhar pelo seu sucesso profissional? O problema é que eu não gosto e nunca gostei da carreira jurídica (mas ainda estou tentando gostar). LASTIMAVELMENTE AINDA VIVO SONHANDO EM VIVER DO TÊNIS DE MESA (seja de que forma for…). Acho que eu seria mais feliz se vivesse recolhendo bolas num clube do que sendo um advogado… Digamos que a alegria de vocês (a dedicação ao site) talvez hoje represente a minha desgraça… Apaixonei-me por este esporte de uma forma que simplesmente não consigo querer trabalhar com outra coisa que não seja Tênis de Mesa. Eis a minha grande falha… Não desisti de viver do Tênis de Mesa. Apenas irei buscar (espero que temporariamente) outros caminhos. Felizmente ainda sou jovem (24 anos) e posso mudar tudo isso. Cansei de esperar. Vou mudar. Por “não ser ninguém na vida” já perdi muita coisa. Gente que até dizia me amar abandonou-me. Amigos e parentes olham-me com descrédito. Infelizmente a partir de hoje o Tênis de Mesa (o site) deixa de ser uma prioridade na minha vida, mas ainda não sei o que isso significa. Espero apenas conseguir cumprir meus deveres, ajudando da melhor forma minha família e “me ajudando” também.
Não estou reclamando da vida. Não tenho coragem de fazer isso. Tenho uma vida maravilhosa quando comparada a de outras pessoas, mas não quero (não posso!) continuar neste marasmo. O Tênis de Mesa deu-me muitas felicidades. Direta ou indiretamente ele é responsável por quase tudo que tenho. Este site sempre foi uma forma de tentar agradecer este maravilhoso esporte por tudo que ele me fez, todavia não estou conseguindo equilibrar meus deveres.
O site vai fechar? Não! Eu não teria coragem de fazer isso. Atualmente o temp.mesatenista.net é o site de Tênis de Mesa mais visitados de toda a América-latina (não tenho os dados estatísticos dos sites da América do Norte) e com certeza um dos mais visitados do mundo. Deus me livre deixar tantos “órfãos”. Também seria muita irresponsabilidade de minha parte deixar nas mãos de órgãos oficiais e oficiosos o monopólio do noticiário do Tênis de Mesa brasileiro. Apenas ainda são sei o que “deixar de ser uma prioridade” significa. Com certeza não vou gastar mais estas 7 horas por dia a frente do computador, talvez não consiga mais responder as centenas de e-mails, nem vou me estressar tanto com alguns problemas ligados ao site. Ahhh, antes que me perguntem por que passo tanto tempo trabalhando no site, preciso lembrá-los que ter um site do tamanho do nosso não é apenas inserir conteúdo no mesmo. Além de responder e-mails, gerenciar e produzir conteúdo (notícias, vídeos, links, fotos, fiscalizar mensagem no fórum…) ainda há a parte de programação. Por exemplo: nesta segunda-feira fiquei quase 12 horas diante do computador tapando algumas falhas que permitiriam que hackers invadissem (mais uma vez) o site. Este é o tipo de trabalho que ninguém ver.
Para continuar existindo plenamente o temp.mesatenista.net precisaria reder-me ($$$) algo, mas nem sei como posso fazer isso, pois sozinho não tenho condições de realizar qualquer tipo de investimento. Em resumo: espero que o temp.mesatenista.net também possa me ajudar. Neste sentido qualquer tipo de ajuda será bem-vinda. Não quero “ganhar dinheiro” com o site. Quero simplesmente poder continuar me dedicando ao temp.mesatenista.net, pois sei o tamanho da importância desse site no cenário nacional.
Desculpe-me pelo desabafo, porém, mais cedo ou mais tarde, ele seria feito também publicamente (já conversei com algumas pessoas sobre este problema, mas não me ajudou muito).
Um fraternal abraço a todos,
Mazinho
ou crie mais um item apontando para “Onde praticar em sua cidade” e cobre dos clubes que colocarem seus nomes ali. É um jeito talvez de arrumar financiamento sem restringir o acesso. Porém sobrará ainda mais trabalho para você correr atrás disto. Talvez você possa cadastrar um jogador de cada clube em cidades do Brasil para verificarem com seus respectivos clubes esta possibilidade da inserção dele no seu site e comissiona o cara para receber um percentual do pagamento da inscrição ou anuidade. è claro que este cara deve ter recebido algum material estatístico sobre seu site para mostrar e ter como convercer.