Treinamento Japones x Chines

Prezados(as), uma dúvida surgiu quando estava vendo uns treinamentos oferecidos pelo pessoal queos recebeu originalmente de técnicas japonesas em relação a chinesa. Primeiro na japonesa vejo extremo rigor em execução dos mesmos movimentos por todos os alunos, não estimulando as variações normais de cada um, eu mesmo passei por um aula teste e o meu shoto foi criticado por ser diferente, que eu teria que mudar para o estilo japones, pois de acordo com o treinador com o movimento que eu estava fazendo a boca estava vindo meio lateral e caindo também rápido demais e que o shoto não era assim. Observei também que a batida, ou seja o contato da bola com a raquete, tem que ser sempre no mesmo eixo, ou seja tudo igual entre os atletas. Até a pegada caneta na raquete tem que ser igualzinha a todo mundo. Já quando conversei com um amigo chinês, o mesmo me disse no primeiro momento, segure a raquete da forma que lhe dê mais firmesa e segurança, nem se importando em corrigir a posição dos meus dedos atrás da raquete, diferente do treinador da escola japonesa. Depois no momento da batida, o chinês me deixou livre entre antecipar ou retardar um pouco a batida, pois o mesmo me disse que isso pode causar pequenas variações no retorno da bola ao outro lado que pode surpreender o adversário. Com isso, acabei me estusiasmando mais pelo chinês dos que pelo japônes, pois o primeiro permite que façamos movimentos mais confortáveis ao nosso punho e corpo, em com isso gerar maiores variações na batida enquanto que o japônes, tem que fazer sempre tudo do mesmo modo e igual a todo mundo. Então, surgiu me a dúvida, isso é padrão entre os dois estilos, ou é oriundo da pessoa que está dando o treinamento, se for uma padrão, acredito que isso explique por que os chineses estão dominando o mundo no tênis de mesa. O que acham? Poderiam comentar se está impressão que tive está correta?

Abraços,
Gilberto

Resumindo, os japoneses treinam na aula pratica e os chineses na teoria

Acho que vc quis dizer o contrário, correto?

Mas enfim, este lance de escola japonesa X chinesa é quase tão velho quanto o tênis de mesa. E tem ainda a européia, que vejo como sendo ainda mais liberal que a chinesa, metodologias a parte.
Eu sinceramente acho que não se pode tratar nenhum como a verdade absoluta (o que mais se vê por aí). Esse é o caminho para o fracasso na minha opinião, pq falta de visão lateral não leva nada a lugar nenhum.
Discordo de muitas coisas da escola japonesa, mas reconheço que o preciosismo (até certo limite) em relação ao fundamento (na fase de aprendizado) não é ruim. O que não concordo é que se elimine totalmente a variabilidade dentro dele, que pode ser o diferencial que separa um “golpe vencedor” de “só mais um golpe”. A escola japonesa costuma dizer (desde sempre) que a escola chinesa não joga bonito, não tem fundamentos padronizados entre eles, etc. Pode ter ocorrido num passado já distante (e se fosse o caso?), mas me diga um nome neste grupo de uns 10 ou 20 anos pelo menos para cá? Isto parece muito mais inveja do que qualquer outra coisa.
Eu percebo que os chineses têm uma visão muito mais completa do esporte, em todos os seus âmbitos, coisa que conseguiram com muitos anos de muita gente praticando, estudando, conversando sobre o esporte. Aí reside a tal da cultura: quanto mais gente envolvida de todas as formas, maior a possibilidade de obter inovação. E eles buscam com esta inovação formas de obter diferenciais e manter sua hegemonia. Não acho que a escola chinesa é tudo o que se precisa saber sobre tênis de mesa, inclusive tenho algumas discordâncias. Tb não acredito que dê certo para outros só pq dá certo para eles. Mas esta maior flexibilidade sim, vejo como algo saudável e um investimento que gera retorno.
Mas esta é uma discussão difícil de acabar, pq envolvem crenças de muitos e muitos anos que muitas vezes são tratadas quase como uma religião. Paciência.

Abraços!!!

Realmente meu caro Alcir, acho que tem que juntar o que as escolas tem de bom, no caso a teoria e os movimentos mecanizados (padronizados) dos japoneses para se ter fundamento da mecânica dos golpes e com isso poder corrigir erros, mas com a liberdade de variações que os chineses apresentam. Para se ter uma idéia, sobre aquilo de segurar a raquete da forma mais confortável que meu amigo chinês me disse, eu acertava mais os golpes de drive, assim que o o treinador com fundamento japônes corrigiu, tendo que segurar no padrão japônes, minha batida ficou menos firme e minhas bolas vão todas para fora da mesa.
Temos que aproveitar as coisas boas que todas as escolas disponibilizam, um dia destes estava vendo que o chinês naturalizado argentino é que ganhou o pan, me corrijam se estou enganado. Uns meses atrás vi uma palestra de um treinador, mostrando este jogador e dizendo, que a postura dele estava errada, a movimentação também e a forma de segurar na raquete, então fica uma dúvida, se estava tudo errado e tinha jogadores que tinham postura, movimentação e forma de segurar a raquete “correta” como ele ganhou? Talvez tenhamos que desenvolver uma escolas latina, absorvendo tudo que tem de bom nas demais escolas e aproveitando as características nossas, que acham?
Abraços
Gilberto