Já freqüentei alguns cursos e clinicas, assim como li materiais a respeito de rotinas, periodização (esta é a palavra mágica) e procedimentos de amadores, profissionais, top´s ou não jogadores de TM, assim como ouvi alguns treinadores internacionais:
· A forma do treino é diretamente ligada a avaliação de desempenho, seja física (condição de preparação, qualificação), seja psicológico (metas pessoais que possam ser atingidas) ou objetivos profissionais (do jogador, técnico ou clube).
· É extremamente particular a motivação de cada jogador para treinar ou jogar, mesmo quando o objetivo é subir ao podium. As qualidades pessoais diferenciam o mesmo treino para diferentes pessoas, a forma de evoluir e desenvolver as habilidades são particulares.
· A periodização é um planejamento racional dos períodos de competição (apresentação), treinamento de base (pré-torneio), melhora do condicionamento físico (pré-torneio, manutenção, recuperação de lesões), repouso total das atividades (férias) e treinos táticos (pré e pós-torneios).
· Muitas vezes a periodização ideal não é realizada pela demanda do calendário, exigindo um maior desgaste ou menor aproveitamento das possibilidades.
· Na Europa a preparação física é realizada quando os jogadores retornam das férias, sendo utilizado um período entre de 10-20 dias para integrar o grupo, reiniciar um trabalho gradual aeróbico, de reforço muscular e motivação psicológica, para então iniciar o treinamento de mesa.
· Durante a temporada a carga e o tipo de exercícios físicos são alterados de acordo com as especificações individuais, e há mesmo jogadores que não os fazem. Estes trabalhos são diferenciados de clube para clube, treinador para treinador.
· Na China não há parâmetros comparativos ao resto do mundo, a expectativa e o envolvimento são sobre humanos. Tudo é realizado para que jogadores talentosos atinjam o máximo de suas possibilidades. Há quem treine em cargas diárias de até nove horas, com todos os desenvolvimentos possíveis.
· No Brasil existe a idéia de que temos de suplantar a carga de treino (treinar o dobro, por exemplo) para jogarmos em condições igualitárias. Mas treinar o que e para quê?
Pergunto: O que alguém sem treinador (conhecimento técnico), remuneração (salário ou ajuda de custos), condições materiais (mesas, bolas, borrachas, despesas de hospedagem e alimentação, espaço adequado, sem falar nos outros profissionais como médicos, terapeutas, psicólogos, massagistas, nutricionista etc.) irá conseguir ou obter dedicando-se de corpo e alma para esta atividade?
Se a resposta não for apenas satisfação pessoal é preciso ajustar as metas e objetivos.
O degrau que há entre a realidade profissional do Brasil e a dos outros países que estimam o TM é gigantesco.
Formas de atingir o alto nível dependem da identificação dos indivíduos habilidosos, iniciação ampla e adequada (no Brasil?), levantamento de recursos para freqüência regular em eventos da CBTM (não adianta reclamar, ela é que é filiada a ITTF) e acompanhamento/auxilio/intercambio de grupos de fora do País.