Muita gente aponta e critica para esta situação toda dos atletas hoje em dia, isso não é novidade. Mas ao me deparar com a pergunta, não me vem outra resposta que não seja: eles estão tentando fazer a melhor limonada que podem com os limões que têm.
Falando da técnica inicialmente, elas evoluem em todos os esportes, em alguns mais rápido, em outros menos. É necessário aceitar isso. Comparar com 10, 20 anos atrás é no mínimo injusto. O jogo tinha outra velocidade e outra competitividade, e nas condições de hoje, aqueles jogadores não teriam condições de fazer o mesmo. A velocidade do jogo aumentou e com isso as demandas técnicas mudaram, coube aos profissionais do ramo se adaptar. Entretanto, se o jogo ainda estivesse naquele estado, provavelmente as pessoas reclamariam que o esporte não muda. Quanto à bola de plástico, tenho a perspectiva de que se atribui consequências demais a ela. O jogo tinha os mesmos padrões antes de ela ser implementada, e obviamente houve adaptações, mas não mais do que isso.
A questão da singularidade de estilos ainda existe, mas em tempos de brechas técnicas bem mais estreitas, ela reside em detalhes bem menores. Por vezes, é necessário ter assistido mais jogos e por mais tempo para se dar conta. A grosso modo, sim, os jogadores estão parecidos, mas isso criou um desafio de diferenciação nos detalhes. Jogadores mais amplamente distintos ainda existem sim, como o exemplo do Stephane Ouaiche, mas isso não significa que o jogo fica definitivamente mais agradável ou não, afinal para quem assiste tudo ainda reside no gosto. O Julio gosta, eu não, por exemplo. E como o pessoal comentou, de fato as escolas europeias (principalmente a francesa) são mais livres, o que termina dando mais abertura a isso.
Agora, na minha opinião, se o Jorgen Persson disse que o tênis de mesa europeu não evoluiu nos últimos dez anos nestas exatas palavras, ele foi, no mínimo, MUITO anti ético. Obviamente, ele entende muito mais de tênis de mesa que eu, mas acho muito injusto sentenciar seus sucessores desta forma. Ele tb sabe que entender esporte de alto rendimento é muito mais do que técnica e assistir jogos, e nesse sentido, ele tb citou quantos clubes fecharam na Europa nos últimos anos? Quantos outros abandonaram a atividade profissional por dificuldades financeiras? Que a Werner Schlager Academy faliu (algumas vezes “quase” e agora “finalmente”)? Pois é. Não está fácil ser profissional fora da China, e só excluo a China para não ser leviano, porque aparentemente as coisas por lá não são tão bonitas quanto parecem tb, mas não tenho conhecimento para afirmar nada. E na minha humilde opinião, se ele se preocupa de fato com a evolução técnica do tênis de mesa europeu, seria interessante se ele fizesse mais do que jogar bola para cima em exibições. Exibições estas que, tb na minha opinião, não podem ser comparadas com o “esporte de competição tênis de mesa”, pois não existe competição ali. E mesmo quanto a estes eventos de veteranos, respeito sua opinião Tiago, mas quando vc fala de “improviso, elegância e genialidade”, vc está falando de jogadores sem responsabilidade nenhuma. Como efeito de propaganda, respeito aos grandes nomes e um evento diferente, acho incrível e que deve continuar, mas que não tem nada a ver com o tênis de mesa de competição.
E claro, as mudanças conduzem o desenvolvimento de novos padrões. Como a única coisa que não muda é que tudo muda, certamente existirão novos padrões, que podem agradar ou não. Ainda existirão outras opções ou o YouTube (ou coisa melhor hahahahahah) para quem quiser curtir o tênis de mesa que o Jorgen Persson diz que evoluía hahahahahahahah.
Abraços!!!