Essa semana pude comparar lado a lado uma Stiga Allround Classic (minha madeira atual) com uma Donic Ovtcharov True Carbon (semelhante à Viscaria / Zhang Jike ALC da Butterfly segundo vários relatos nos foruns gringos). Dessa vez peguei uma madeira com características BEM distintas pra ver se conseguia notar a influencia da madeira no conjunto.
A comparação foi feita utilizando as mesmas borrachas em ambas para assegurar que a diferença sentida seria devido apenas à madeira.
FH: Super 999T
BH: KLT (ou LKT) Pro XP
Pra minha sorte o treino dessa semana foi focado em consistência: fazer X batidas seguidas, Y drives seguidos, etc, o que favoreceu a comparação direta entre as raquetes. Eu fazia uns minutos com uma e depois trocava para outra pra poder comparar.
Antes de bater com a OTC, achava que a principal diferença que iria perceber era na velocidade. Mas me enganei!
A OTC, em relação a SAC, gera:
uma trajetória mais baixa da bolinha (essa foi a primeira coisa que notei!)
mais velocidade (como o esperado)
menos efeito (tbm não esperava por essa!)
Detalhando um pouquinho:
Isso eu notei logo nas primeiras batidas, o que me espantou. Com a SAC a bolinha passava com folga acima da rede, mas com a OTC, fazendo o mesmo movimento, a bolinha passava bem rente a rede ou nem passava dela. Isso me surpreendeu muito pois achava que esse ângulo de saída da bolinha (que os gringos chamam de “throw angle”) fosse quase que exclusividade da borracha e que a madeira tivesse muita pouca influência nisso. A trajetória da bolinha ficou mais reta nas batidas perto da mesa. Me surpreendi!
Bom aqui não tem nada de inesperado. A OTC como o proprio nome já entrega possui carbono em sua composição. Percebi mais diferença na velocidade nos meus bloqueios, que ficaram mais rápidos e baixos.
Essa eu tbm não esperava uma diferença notável. Na verdade eu nem percebi nada, quem me alertou disso foi minha parceira de treino que estava bloqueando os drives. Ela falou que a SAC gerava mais efeito na bola, e ela falou isso espontaneamente sem nem eu perguntar, então creio que seja uma diferença não desprezível. Mas eu mesmo não tinha percebido nada, muito provavelmente por eu não ter sensibilidade/experiência o bastante pra isso (e também porque quem bloqueia que acaba sentindo mais as mudanças nos golpes). Creio então que posso inferir que a SAC possui maior tempo de contato (dwell time) que a OTC correto? E isso seria devido a maior “maciez” da SAC? Tem a ver com flexibilidade da madeira também?
Aliás, isso de flexibilidade ainda é um ponto que eu preciso prestar mais atenção. Ainda não sei dizer se uma madeira é mais flexível que a outra. Me falta treino/experiência pra notar essa característica, entre outras.
Eu gosto dessas discussões a respeito de material, composição das madeiras, o que cada tipo de “folha” influencia na batida, etc, é um assunto que descobri que tenho bastante interesse. Mas não se preocupem Alcir e companhia, isso é apenas parte da minha diversão, não tenho a ilusão que vou ficar bom só por causa do material hahaha. Sei que ficar mudando de material é ruim pro desenvolvimento, mas como jogo só por diversão não tem problema, e entender de materiais acabou se tornando parte do meu hobby
Shinshiro, a flexibilidade do material realmente muda muito quando se usa alguma camada sintética, tem relação também com a cola que imagino ser epoxí nas fibras sintéticas e cola branca quando só de madeira. Outras coisa que afetam são a espessura e o peso. A OTC realmente tem de se comportar da forma que você escreveu e a SAC também. O detalhe é que ambas podem fazer praticamente a mesma coisa com ajustem na técnica e força. E entender de material é complexo, ainda mais pensando que duas raquetes do mesmo modelo se comportam de forma diferente. Enfim, bom relato, ainda mais testanto com as mesmas borrachas.
[quote=“shinshiro” post=109095]Upando o tópico com uma atualização.
Essa semana pude comparar lado a lado uma Stiga Allround Classic (minha madeira atual) com uma Donic Ovtcharov True Carbon (semelhante à Viscaria / Zhang Jike ALC da Butterfly segundo vários relatos nos foruns gringos). Dessa vez peguei uma madeira com características BEM distintas pra ver se conseguia notar a influencia da madeira no conjunto.
A comparação foi feita utilizando as mesmas borrachas em ambas para assegurar que a diferença sentida seria devido apenas à madeira.
FH: Super 999T
BH: KLT (ou LKT) Pro XP
Pra minha sorte o treino dessa semana foi focado em consistência: fazer X batidas seguidas, Y drives seguidos, etc, o que favoreceu a comparação direta entre as raquetes. Eu fazia uns minutos com uma e depois trocava para outra pra poder comparar.
Antes de bater com a OTC, achava que a principal diferença que iria perceber era na velocidade. Mas me enganei!
A OTC, em relação a SAC, gera:
uma trajetória mais baixa da bolinha (essa foi a primeira coisa que notei!)
mais velocidade (como o esperado)
menos efeito (tbm não esperava por essa!)
Detalhando um pouquinho:
Isso eu notei logo nas primeiras batidas, o que me espantou. Com a SAC a bolinha passava com folga acima da rede, mas com a OTC, fazendo o mesmo movimento, a bolinha passava bem rente a rede ou nem passava dela. Isso me surpreendeu muito pois achava que esse ângulo de saída da bolinha (que os gringos chamam de “throw angle”) fosse quase que exclusividade da borracha e que a madeira tivesse muita pouca influência nisso. A trajetória da bolinha ficou mais reta nas batidas perto da mesa. Me surpreendi!
Bom aqui não tem nada de inesperado. A OTC como o proprio nome já entrega possui carbono em sua composição. Percebi mais diferença na velocidade nos meus bloqueios, que ficaram mais rápidos e baixos.
Essa eu tbm não esperava uma diferença notável. Na verdade eu nem percebi nada, quem me alertou disso foi minha parceira de treino que estava bloqueando os drives. Ela falou que a SAC gerava mais efeito na bola, e ela falou isso espontaneamente sem nem eu perguntar, então creio que seja uma diferença não desprezível. Mas eu mesmo não tinha percebido nada, muito provavelmente por eu não ter sensibilidade/experiência o bastante pra isso (e também porque quem bloqueia que acaba sentindo mais as mudanças nos golpes). Creio então que posso inferir que a SAC possui maior tempo de contato (dwell time) que a OTC correto? E isso seria devido a maior “maciez” da SAC? Tem a ver com flexibilidade da madeira também?
Aliás, isso de flexibilidade ainda é um ponto que eu preciso prestar mais atenção. Ainda não sei dizer se uma madeira é mais flexível que a outra. Me falta treino/experiência pra notar essa característica, entre outras.
Eu gosto dessas discussões a respeito de material, composição das madeiras, o que cada tipo de “folha” influencia na batida, etc, é um assunto que descobri que tenho bastante interesse. Mas não se preocupem Alcir e companhia, isso é apenas parte da minha diversão, não tenho a ilusão que vou ficar bom só por causa do material hahaha. Sei que ficar mudando de material é ruim pro desenvolvimento, mas como jogo só por diversão não tem problema, e entender de materiais acabou se tornando parte do meu hobby :)[/quote]
Muito boa sua metodologia, parabéns!
Não tem forma melhor de se chegar a conclusões do que testando, como você fez. A nível de opinião, pode-se achar um monte de coisas, mas na prática a coisa muda de figura. Pelos meus testes (sim, também gosto muito de testar o comportamento de diferentes materiais a fundo…hehehehe) as conclusões foram as mesmas que as suas, como disse anteriormente. Madeira influencia, e muito, na geração de spin, por incrível que pareça. Pra se chegar ao objetivo final, todo conjunto tem que estar apontando pra mesma direção.
Sobre as características das raquetes, um bom caminho é pesquisar sobre as características das madeiras que as compõe. Limba e hinoki têm um toque mais suave, são bem macias e flexíveis. Koto, walnut, rosewood e ebony são duras e mais rígidas. É interessante também se familiarizar com os diferentes tipos de carbono e suas propriedades. Se vc incluísse no teste alguma raquete com tamca 5000 teria observado um resultado bem diferente do obtido com as outras duas raquetes. Mais dificuldade de gerar spin e bloqueios mais rápidos e diretos. Se tivesse incluído alguma ALC com a mesma folha externa da OTC teria conseguido resultados parecidos. E por aí vai.
Mas que bom que vc está testando, treinando e principalmente se divertindo, afinal esse é o objetivo, né?
Parabéns mais uma vez e bons treinos.
Eu já fiz este tipo de teste, mas apenas porque tinha só uma borracha lisa disponível. Então quando queria jogar com outro conjunto descolava de uma madeira e colava em outra.
O que posso dizer é que realmente um conjunto com madeira pura (Persson Powerplay) gera mais efeito do que com carbonada dura (Ovtcharov Carbospeed). Mas… será que mais efeito é o ideal para mim?
No meu caso eu estou gostando de usar carbonada pois gera mais velocidade e mata pontos com mais facilidade. O que antes era bola de abertura, com carbonada tem chance de virar winner.
3) Essa eu tbm não esperava uma diferença notável. Na verdade eu nem percebi nada, quem me alertou disso foi minha parceira de treino que estava bloqueando os drives. Ela falou que a SAC gerava mais efeito na bola, e ela falou isso espontaneamente sem nem eu perguntar, então creio que seja uma diferença não desprezível.
Para mim também vale a opinião, ou melhor, reação do oponente. Antes (com madeira pura) ele conseguia retornar meus topspins, mas com carbonada muitas vezes a bola nem volta.
Menos efeito e mais velocidade = menor tempo de reação para o oponente.
Aliás, isso de flexibilidade ainda é um ponto que eu preciso prestar mais atenção. Ainda não sei dizer se uma madeira é mais flexível que a outra. Me falta treino/experiência pra notar essa característica, entre outras.
Vou dar uma dica básica. Segure a raquete com o polegar e dedo médio nas laterais (deixe a face livre, paralela a palma da mão) e bata com o cabo na cabeça.
O som emitido reflete a rigidez da madeira. Quanto mais agudo for o som, mais rígida é a madeira. Se for uma som grave pode saber que se trata de madeira mais flexível e com alguma vibração.
O melhor é quando se acha um som grave e sem vibração (do tipo "toc toc"). Isso significa uma madeira rápida, sem vibração e macia. A maioria das raquetes quadradas de folha única de hinoki produz este som. A antiga Iolite da Butterfly também tem esta caraterística, é rígida, super veloz e ao mesmo tempo macia.
Eu gosto dessas discussões a respeito de material, composição das madeiras, o que cada tipo de "folha" influencia na batida, etc, é um assunto que descobri que tenho bastante interesse.
Eu também estou aprendendo sobre isso. Ainda não consigo sentir a diferença de uma camada externa de koto para uma de limba (tenho uma raquete de cada tipo).
Mas sei que hinoki deixa o conjunto menos duro. Por isso é tão comum usar folha externa de hinoki em raquetes carbonadas, serve para suavizar a batida.
Isso das colas influenciar no resultado tbm é um ponto interessante, já li algumas vezes pessoas falando disso. Acho que o caso mais famoso é com a “lendária” Nittaku Violin, dizem que o feeling único dela é devido (ao menos em parte) à cola utilizada em sua construção (hide glue) que é ou era a mesma usada em alguns instrumentos musicais. Se é verdade ou não eu não sei mas é interessante.
[quote=“didiosan” post=109098]
Muito boa sua metodologia, parabéns!
Não tem forma melhor de se chegar a conclusões do que testando, como você fez. A nível de opinião, pode-se achar um monte de coisas, mas na prática a coisa muda de figura. Pelos meus testes (sim, também gosto muito de testar o comportamento de diferentes materiais a fundo…hehehehe) as conclusões foram as mesmas que as suas, como disse anteriormente. Madeira influencia, e muito, na geração de spin, por incrível que pareça. Pra se chegar ao objetivo final, todo conjunto tem que estar apontando pra mesma direção.
Sobre as características das raquetes, um bom caminho é pesquisar sobre as características das madeiras que as compõe. Limba e hinoki têm um toque mais suave, são bem macias e flexíveis. Koto, walnut, rosewood e ebony são duras e mais rígidas. É interessante também se familiarizar com os diferentes tipos de carbono e suas propriedades. Se vc incluísse no teste alguma raquete com tamca 5000 teria observado um resultado bem diferente do obtido com as outras duas raquetes. Mais dificuldade de gerar spin e bloqueios mais rápidos e diretos. Se tivesse incluído alguma ALC com a mesma folha externa da OTC teria conseguido resultados parecidos. E por aí vai.
Mas que bom que vc está testando, treinando e principalmente se divertindo, afinal esse é o objetivo, né?
Parabéns mais uma vez e bons treinos.[/quote]
É, já li um pouco sobre as características dos diferentes tipos de madeira e seus efeitos na raquete. Ainda não tenho uma raquete com folha externa dura, mas deve chegar em breve (folha externa de walnut).
No futuro pretendo testar uma com ZLC pra tentar diferenciar da ALC. E também alguma com ZLF. O “ruim” é que tem trocentas variações de fibras haha mas as mais famosas estão na minha mira, só vai demorar um bocado pra conseguir satisfazer minha curiosidade rs
Obrigado didiosan!
Eu já fiz este tipo de teste, mas apenas porque tinha só uma borracha lisa disponível. Então quando queria jogar com outro conjunto descolava de uma madeira e colava em outra.
O que posso dizer é que realmente um conjunto com madeira pura (Persson Powerplay) gera mais efeito do que com carbonada dura (Ovtcharov Carbospeed). Mas… será que mais efeito é o ideal para mim?
No meu caso eu estou gostando de usar carbonada pois gera mais velocidade e mata pontos com mais facilidade. O que antes era bola de abertura, com carbonada tem chance de virar winner. [/quote]
Realmente, tem que analisar o que melhor encaixa aos objetivos do jogador.
Mas será que toda carbonada tem menos efeito que uma madeira pura?
Outra, as madeiras que contem carbono/fibra sintética mais perto do centro (na 3ª folha aos invés de ser na 2ª) produzem no geral mais efeito dos que estão na 2ª camada? (falando de forma geral)
[quote]Aliás, isso de flexibilidade ainda é um ponto que eu preciso prestar mais atenção. Ainda não sei dizer se uma madeira é mais flexível que a outra. Me falta treino/experiência pra notar essa característica, entre outras.
Vou dar uma dica básica. Segure a raquete com o polegar e dedo médio nas laterais (deixe a face livre, paralela a palma da mão) e bata com o cabo na cabeça.
O som emitido reflete a rigidez da madeira. Quanto mais agudo for o som, mais rígida é a madeira. Se for uma som grave pode saber que se trata de madeira mais flexível e com alguma vibração.
O melhor é quando se acha um som grave e sem vibração (do tipo "toc toc"). Isso significa uma madeira rápida, sem vibração e macia. A maioria das raquetes quadradas de folha única de hinoki produz este som. A antiga Iolite da Butterfly também tem esta caraterística, é rígida, super veloz e ao mesmo tempo macia. [/quote]
Essa dica é muito legal! Tinha lido sobre isso em foruns estrangeiros mas não tinha entendido muito bem como fazer, mas agora entendi melhor, obrigado!
Fiz o teste com algumas madeiras que tenho aqui, e pra maioria deu certo!
Raquetes testadas por este método:
OSP Vitruoso Offensive- (V-) => 5 folhas de madeira
OSP Virtuoso+ (V+) => 5 folhas (composição idêntica a V- porém segundo fabricante é um pouco mais rápida e dura)
Nittaku Miyabi (NM) => 1 folha de hinoki
Donic Ovtcharov True Carbon (OTC) => 5+2 (arylate carbon)
Do mais grave ao mais agudo: V- / V+ / OTC / NM
A única que ficou fora do esperado é a NM de 1 folha de hinoki. Vc mencionou que geralmente elas possuem som grave, mas essa ao menos tem som agudo. Também acho improvável que seja mais rápida que a OTC.
Uma coisa que estou em dúvida foi quanto a vibração que vc mencionou. Não teria essa característica mais a ver com a “extensão” do som (não achei palavra melhor) do que com o tom? Por exemplo: a V- faz “tuummmmmm”, enquanto a NM e OTC fazem “tum”. Isso indicaria que a V- vibra mais que a NM e OTC, o que é esperado visto que é uma 5 folhas, enquanto a NM é uma folha grossa e OTC uma carbonada.
Do mais “vibrante” ao mais “seco” segundo o critério que escrevi acima: V- / V+ / OTC / NM
Nesse aspecto a NM foi “sequíssima” em comparação com as outras haha. Mas não sei se ela vibra menos que a OTC pois já vi gente reclamando da vibração dela (mas não cheguei a testar essas madeiras ainda, não dá pra tirar uma conclusão de fato).
Talvez raquetes de 1 folha de hinoki sejam uma exceção a esse tipo de teste?
[quote]Eu gosto dessas discussões a respeito de material, composição das madeiras, o que cada tipo de "folha" influencia na batida, etc, é um assunto que descobri que tenho bastante interesse.
Eu também estou aprendendo sobre isso. Ainda não consigo sentir a diferença de uma camada externa de koto para uma de limba (tenho uma raquete de cada tipo).
Mas sei que hinoki deixa o conjunto menos duro. Por isso é tão comum usar folha externa de hinoki em raquetes carbonadas, serve para suavizar a batida.[/quote]
Isso é uma coisa que to looonge de conseguir hahaha. A OTC é a primeira que uso que tem a folha externa de koto. Ainda me falta um longo caminho.
Realmente, tem que analisar o que melhor encaixa aos objetivos do jogador.
Mas será que toda carbonada tem menos efeito que uma madeira pura?
Outra, as madeiras que contem carbono/fibra sintética mais perto do centro (na 3ª folha aos invés de ser na 2ª) produzem no geral mais efeito dos que estão na 2ª camada? (falando de forma geral)
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Acredito que a rigidez da raquete, analisada como um tudo, tenha mais influência na geração de spin do que o fato de haver ou não carbono. Por exemplo, a Waldner Senso Carbon, mesmo com a fibra logo depois da camada externa, é uma raquete muito macia. Na verdade o carbono está presente mais para aumentar a estabilidade e o sweet spot do que necessariamente para torná-la rápida. Em comparação com a Ovtcharov Senso V1, é muito mais fácil colocar giro na bola com WSC, porque mesmo sendo carbonada, o tempo de contato é bem maior do do que da Ovtcharov Senso. (a que tive era especialmente rígida, pois bati bola com outras que não eram tanto).
Em relação às raquetes com o carbono mais próximo à camada central, também tem que ser analisada a rigidez das outras camadas. A meu ver a principal vantagem dessas raquetes (que é o caso da Waldner OFF 89 da minha assinatura), é oferecer maior amplitude de desempenho, pois em jogadas mais “suaves”, se comporta mais como uma allwood (portanto ajudando a colocar mais spin na bola, principalmente se a camada mais externa for macia), mas em jogadas mais agressivas, quando o carbono é “acionado”, ela também responde com mais velocidade e menos arco. É uma característica que me agrada muito, mas já vi jogadores interpretando essa amplitude como irregularidade, então isso depende muito do estilo de cada um.
Ah sim, claro que não podemos generalizar.
O que eu citei sobre carbonadas era com madeiras semelhantes na espessura e composição. Se uma tiver carbono e a outra não, a carbonada vai gerar menos efeito.
O exemplo que vc citou ilustra bem como não se pode generalizar. A WSC é fina e usa limba na folha externa. Já a Ovtcharov Senso não possui carbono mas é grossa, dura e ainda usa walnut na folha externa. E na descrição ainda diz que usaram uma colagem especial para dar mais rigidez na raquete.
[quote=“shinshiro” post=109101]Essa dica é muito legal! Tinha lido sobre isso em foruns estrangeiros mas não tinha entendido muito bem como fazer, mas agora entendi melhor, obrigado!
Fiz o teste com algumas madeiras que tenho aqui, e pra maioria deu certo!
Raquetes testadas por este método:
OSP Vitruoso Offensive- (V-) => 5 folhas de madeira
OSP Virtuoso+ (V+) => 5 folhas (composição idêntica a V- porém segundo fabricante é um pouco mais rápida e dura)
Nittaku Miyabi (NM) => 1 folha de hinoki
Donic Ovtcharov True Carbon (OTC) => 5+2 (arylate carbon)
Do mais grave ao mais agudo: V- / V+ / OTC / NM
A única que ficou fora do esperado é a NM de 1 folha de hinoki. Vc mencionou que geralmente elas possuem som grave, mas essa ao menos tem som agudo. Também acho improvável que seja mais rápida que a OTC.
Uma coisa que estou em dúvida foi quanto a vibração que vc mencionou. Não teria essa característica mais a ver com a “extensão” do som (não achei palavra melhor) do que com o tom? Por exemplo: a V- faz “tuummmmmm”, enquanto a NM e OTC fazem “tum”. Isso indicaria que a V- vibra mais que a NM e OTC, o que é esperado visto que é uma 5 folhas, enquanto a NM é uma folha grossa e OTC uma carbonada.
Do mais “vibrante” ao mais “seco” segundo o critério que escrevi acima: V- / V+ / OTC / NM
Nesse aspecto a NM foi “sequíssima” em comparação com as outras haha. Mas não sei se ela vibra menos que a OTC pois já vi gente reclamando da vibração dela (mas não cheguei a testar essas madeiras ainda, não dá pra tirar uma conclusão de fato).
Talvez raquetes de 1 folha de hinoki sejam uma exceção a esse tipo de teste?[/quote]
Bingo! Você captou o espírito da coisa.
É exatamente isso, quanto mais “prolongado” o som grave significa que a madeira terá mais vibração, além de uma batida macia.
Note que há vários conceitos diferentes: rigidez da madeira, dureza na batida e vibração.
Sobre a hinoki de 1 folha acho que você tem razão, agora me lembro que fazia um som mais para o grave do que para o agudo, mas de qualquer maneira era um som seco, curto.
Quanto ao fato da Miyabi vibrar há uma explicação: o formato. A madeira de hinoki maciça fica ideal em raquete quadrada, mas nem tanto em madeira redondas como clássicas e classinetas. Eu sei porque tive uma Xiom Katana Cpen e vibrava demasiadamente.
Repare que madeira redonda de folha única geralmente tem a cabeça compacta, bem pequena mesmo, justamente para diminuir esta vibração.