Este foi um ano muito particular na minha história mesatenística. Em termos da minha relação com o esporte, talvez um dos mais importantes até agora. Neste ano, frente a uma série de circunstâncias, fui tendo a oportunidade de rever o meu papel no esporte e principalmente o que eu poderia esperar de mim mesmo. Isso pode ser bom, mas tb pode ser péssimo.
Sempre tive a missão absoluta de me divertir com a prática do esporte, mas acontece que só consigo me divertir plenamente fazendo a coisa de forma séria. Por isso mesmo, muitas vezes (na maioria delas) gosto mais de treinar até do que de jogar. Entretanto, comecei este ano sem muitas expectativas em relação à disponibilidade para o mesmo, o que acabou se confirmando ao desenrolar do período. Viajei muito a trabalho, coisa da qual não reclamo, pois faz parte da minha profissão e das escolhas que fiz, mas isto toma o tempo de outras coisas na minha vida, e obviamente o tênis de mesa foi o maior afetado. Assim, depois de um 2010 cheio de planos (não concretizados, é verdade), veio um 2011 de incertezas, até mesmo sobre se eu poderia prosseguir no esporte. O tempo foi passando e fui dedicando o tempo disponível, de forma responsável. Consegui tempo para algumas sessões de treino agora nos dois últimos meses, e não pela busca de resultados, mas por amar o treino forte e a dedicação máxima.
No âmbito competitivo, o que predominou foi a participação séria (como sempre) mas descompromissada. Quanto aos resultados, dentro das minhas circunstâncias, posso dizer que foram justos. Fiz poucos jogos realmente bons, independentemente dos resultados, então quanto à performance procede dizer que esta justiça se manteve em relação ao tempo dedicado. E como algo novo e muito legal que aconteceu neste ano em relação a competições, pela primeira vez viajei para competir, convidado pelos colegas de São José do Rio Preto. O Eduardo Salinas e todo o seu pessoal me recebeu super bem e fiquei contente por, através deste meio, poder expandir meus horizontes esportivos.
Em compensação, algo muito triste nos ocorreu na primeira tentativa. Fomos roubados e perdi uma série de objetos, mas acima de tudo, quase tudo o que “tinha” de virtual (fotos, vídeos, arquivos, etc.). Recuperei muitas coisas, mas muitas outras muito importantes se foram. Foi uma experiência muito triste, mas que serviu para unir ainda mais. Mais uma vez agradeço a todo o pessoal de São José do Rio Preto, especialmente ao Eduardo Salinas por dar todo o apoio.
Ainda tive, neste ano, a felicidade de ver muitos colegas conquistarem títulos importantes e/ou chegarem à Seleção Brasileira, o que é muito gratificante para mim. Eike Onodera, Diogo Ichiro, Bruna Takahashi, Letícia Nakada, Vitor Ishiy, entre outros, são todos meninos que tenho o prazer de conviver em maior ou menor intensidade e tiveram um bom ano. Acima do esporte (que um dia acaba, de alguma maneira), todas estas experiências e conquistas serão muito importantes para a vida deles.
Finalmente, creio poder resumir a minha relação com o tênis de mesa em 2011 na palavra “aceitação”. O mais importante foi entender que o amor não é o suficiente para poder criar expectativas de forma responsável. Se o aceitar é fácil? De forma alguma. É um grande desafio, talvez o mais difícil deles, e não acontece no apertar de um botão, é um processo. Mas é preciso entender que é necessária muita dedicação antes do momento de criar expectativas quaisquer.
E fica então o desejo de um bom 2012 esportivo para todos nós. Que a paixão seja sempre maior que todo o custo!
Abraços!!!