Que dica vocês me dão para ter um desempenho mais “estável” nas partidas? Bom, meu jogo é muito “instável”, e eu vou explicar por que uso “estável” e “instável”. Eu ando analisando minhas partidas, e noto que, eu começo o jogo extremamente bem, porém eu gradualmente vou perdendo rendimento durante a partida. Pelo menos 80% dos meus últimos jogos eu perdi de virada. Eu conseguia desempenhar muito bem com 2 a 0 nos sets, mas depois perdia de 3 a 2 no final do jogo. O ponto é que, quando eu tô jogando, eu não consigo ver com clareza o que está acontecendo para eu conseguir corrigir ou contornar, apenas quando eu olho na perspectiva de observador (nos vídeos). Eu sempre começo com boa qualidade de bola, jogadas, e bastante regularidade, mas conforme o jogo passa, não sei explicar, mas parece que eu não consigo acompanhar o jogo, e começo a errar, ou cair em jogadas repetidas, não sei explicar bem mas parece que meu jogo fica “manjado”. E esse oscilação de resultado mexe com minha confiança e meu mental, fazendo eu começar a cometer erros não forçados e etc, assim perdendo o jogo, o que vocês costumam/costumavam fazer nesse tipo cenário/fase de evolução ?
Isso mais cedo ou mais tarde vai acontecer com qualquer um, principalmente com as que jogam com as mesmas pessoas repetidas vezes, principalmente quando “a outra” está de de fora (observador).
Não só acredito, como tenho certeza de que “o segredo” seja treino constante de movimentação, técnica e estilo, além de observar os pontos fracos do(s) adversário(s).
Se você sempre repete os mesmos saques ou devoluções com a mesma quantidade de efeito, a mesma velocidade, no mesmo lugar, na mesma situação… é entregar a arma pro bandido e pedir para ele te assaltar hahahaha. o TM é um dos poucos esportes que a criatividade é o que prevalece, afinal tudo depende do quão bom você é em explorar o que seu conjunto pode proporcionar em desvantegem ao do adversário (não necessariamente o “conjunto raquete”, mas a raquete + você com suas técnicas e estilo).
Muitos querem finalizar o ponto o mais rápido possível, mas não precisa disso… se precisar trocar 10 ou 20 bolas antes da oportunidade, que seja feito.
Como fatores humanos, controlar a respiração ajuda a manter a calma e o foco.
Esquecer, literalmente, do placar também ajuda (dependendo da situação); deixe o adversário contar (se ele não roubar hahaha) e dizer que acabou a partida.
O corpo físico também cansa, o que é perfeitamente normal, então é saber administar os intervalos à seu favor, como ir devagar para pegar a bolinha se for a sua vez de sacar, tomar água enquanto o adversário vai buscar a bolinha, deixar o cadarço do tênis frouxo para ter a desculpa de precisar amarrar (já fiz muito isso hahaha)… quanto mais você “enrolar” melhor…
Abs
Isso definitivamente não tem resposta simples, nem fórmula mágica que cabe para todo mundo. Se tivesse, ia ser difícil acabar um jogo né? hahahahahah.
A maioria do que você conta é ABSOLUTAMENTE normal, e justamente isso é um primeiro ponto de atenção. A sua autocobrança e seu julgamento sobre o que é “estável” ou não já te deixam inseguro. Inclusive, cuidado com os seus olhos quando se avalia e até com o quanto faz isso, porque se estas coisas estão se repetindo, pode ser inclusive porque você se viu e reviu tantas vezes falhando que não pode evitar que o filme passe novamente e caia no mesmo lugar como se estivesse “provando a você mesmo que está certo” e vai acontecer novamente.
Eu tive a feliz oportunidade de conhecer um pouquinho de um trabalho que um psicólogo esportivo francês fez com a seleção há um tempo, e uma das coisas mais interessantes que vi, e tem tudo a ver com o que você conta, é sobre como estruturar a abordagem de risco no jogo para construir confiança. O “extremamente bem” é algo bem perigoso, pois quando as coisas vão voltando ao normal (e é comum elas voltarem DURANTE o jogo), é muito difícil não perder razoavelmente a confiança, a ponto de em pouco tempo você poder até ficar meio travado e acuado pelo adversário, principalmente se for experiente, afinal esta perda de confiança é uma bola de neve. Por isso em jogos de alto nível dificilmente se vê pontos incríveis no começo da partida, e muitas vezes (talvez na maioria das vezes) se encontram no segundo terço do jogo adiante, isso porque eles demandam que se assuma bastante risco. A proposta do psicólogo, que claro, não parte apenas de sua cabeça também, é começar de um nível técnico mediano e ir subindo para esta construção da confiança.
Enfim, é normal, com a confiança que você ganhou vencendo dois sets, acreditar (inconscientemente, não necessariamente por arrogância) que as coisas vão acontecer naturalmente e o jogo vai seguir esse curso. Ao não seguir, o pêndulo da confiança vai para o outro lado, e se esperar o “extremamente” voltar depois disso, geralmente vai ficar esperando mesmo. Aí começam as decisões que diferenciam jogadores, pois o que faz um competidor de verdade é vencer assim. Para velejar com o vento nas velas não precisa ser marinheiro, mas o vento não vai ajudar o tempo inteiro.
Finalmente, também tome cuidado para não se contaminar com a cultura cancerosa de sempre minimizar tudo ao “mental” (que nem sabem explicar do que se trata se perguntar hahahahahah) quando perde um jogo de virada. Isso é muito comum na cultura esportiva de um mundo que não educa para o esporte, e então é normal fazerem isso para parecer que entende do que está falando. Claro, a positividade e a chamada “força mental” são essenciais e fazem sim grande diferença, muitas vezes decisivas também, mas não adianta ser o Gandhi se tomar decisões ruins.
pode ser mental, mas pode ser falha em fundamentos basicos.
Edite o teu video só com os erros e mostre para o teu tecnico ou amigos, algum motivo para errar teve e se vc não consegue enxergar, provavelmente jogadores mais experientes enxerguem.
Os 3 comentários excelentes, todo isso deve ter resultado em algumas vitorias, mas as vezes tem os dias que a gente não anda com todo esse jogo que a gente acha, perde um ponto e pensa, vou corrigir no próximo, ai volta a errar, vou tentar novamente, e volta a errar, quando me acontece isso penso, estou no dia errado, vou levar numa boa, já sei quando acontece isso e nada vai mudar, mas aceitando e se acalmando já consegui poucas viradas. Eu ao contrario do jovem que costuma levar vantagem de 2x0, a mim me acontecia ao contrario, por causa da minha idade avançada meu corpo demora em aquecer, e perdia o primeiro por falta de agilização na minha jogada, vinha o segundo e melhorava alguns pontos, ai eu pensava, estou aquecendo e pronto para o terceiro, ai começava a me sentir melhor, e isso me animava aos poucos, quando conseguia o segundo pensava, agora estamos em igualdade no marcador, só que ao mesmo tempo estava mais embalado que meu rival, eu sentia isso, podia ver, eu me mantendo no nível sem forçar demais, mas não errando e provocando o erro no adversário que a essas alturas após estar em vantagem de 2x0 começava a ficar impaciente e a se sentir inseguro e reclamar de todo. Então tem algo a ver com o que diz Alcir, parece que é melhor começar um nível mediano de intensidade, aproveitar de ir sentindo onde está mais produtivo ganhar um ponto e deixar que o rival fique bem estufado porque quando conseguir o aquecimento necessário as bolas começaram a entrar e apareceram as chances de vitória. Agora num caso contrário, do adversário estar na frente 2x0, prestar muita atenção na mudança repentina do adversário começar a passar a bola de diferente forma, ou mais velocidade, ou em pontos que não estava colocando e agora com a mudança que fez você tem que estar ciente que ele vai mudar tudo e ai é só acompanhar essa mudança alterando a resposta e não continuar no mesmo ritmo do primeiro e segundo set.
No final do meu comentário inverti as vantagens, não é o adversário estar em vantagem de 2x0, o certo do comentário seria o caso de estar na frente do adversário em 2x0 e prestar atenção no terceiro que ele vai mudar ou pouca coisa, ou muita coisa, que pode ser suficiente para perder um jogo estando em grande vantagem. Desculpem pela voada.